Lagarta do pinheiro: até parece “fofinha”, mas pode ser fatal

Estas simpáticas lagartinhas felpudas podem ser uma ameaça para a tua saúde e do teu animal. Possuem ao longo do seu corpo pequenos pêlos urticantes, com elevado potencial alérgico, que funcionam como agulhas, libertando substâncias tóxicas

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J. Coelho/Flickr

A lagarta do pinheiro, também chamada de processionária por se deslocar em longas filas, apesar do seu aspecto inofensivo e quase "fofinho" pode representar uma ameaça para a tua saúde e do teu animal de estimação.

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A lagarta do pinheiro, também chamada de processionária por se deslocar em longas filas, apesar do seu aspecto inofensivo e quase "fofinho" pode representar uma ameaça para a tua saúde e do teu animal de estimação.

 

Na fase final do seu desenvolvimento, estas lagartas abandonam os ninhos para se enterrarem no solo até atingirem a fase adulta, no Verão. Os meses em que mais incidentes ocorrem são então de Janeiro a Maio, período em que descem ao solo, e durante todo o Verão.

 

Estas simpáticas lagartinhas felpudas possuem ao longo do seu corpo pequenos pêlos urticantes, com elevado potencial alérgico, que funcionam como agulhas, libertando substâncias tóxicas para o organismo que entre em contacto com elas. As processionárias são responsáveis por muitas intoxicações, especialmente em cães, que são levados pela sua curiosidade, a cheirar e a morder estas lagartas.

 

A situação mais frequente é o aparecimento de sintomas nas zonas de contacto com a lagarta: os animais ficam com os lábios bastante inchados e com muita comichão. Estes sintomas normalmente afectam toda a cavidade oral, levando muito frequentemente ao aparecimento de zonas de necrose (tecido morto) na língua. Podem também causar conjuntivites ou úlceras de córnea, assim como edema da glote ou traqueia. Apesar de ocorrer com menos frequência, o contacto com a lagarta do pinheiro pode levar a uma reacção alérgica severa (choque anafilático) que leva rapidamente à morte do animal.

 

Os principais sintomas a que deves estar atento são então a presença de inchaço no focinho, língua espessa e com cor azulada, salivação excessiva, dor à manipulação na cavidade oral, vómito e dificuldades respiratórias. Se suspeitares que o teu animal tenha contactado com este tipo de lagartas deves levá-lo imediatamente ao teu médico veterinário. O avanço da intoxicação/reacção alérgica deve ser parado o mais rapidamente possível de forma a que não ocorram danos irreversíveis. 

 

Os tóxicos presentes nos pêlos destas lagartas provocam uma reacção inflamatória severa dos vasos sanguíneos, comprometendo a chegada de sangue os tecidos, levando à sua morte. A ocorrência de danos irreversíveis e a perda de partes da língua e lábios é muito frequente nestas intoxicações.

 

O tratamento é normalmente feito à base de corticosteróides e da remoção dos pêlos da lagarta que possam ainda estar presentes nas zonas de contacto. Deve também ser iniciada antibioterapia para prevenir infecções secundárias e deve ser feito tratamento sintomático de todos os outros problemas que poderão esta presentes (conjutivite, vómitos...).

 

O ideal será que evites ao máximo zonas onde já tenhas visto este tipo de lagarta. Caso mores num local onde elas apareçam com frequência, inspecciona sempre o teu jardim antes de deixares o teu animal ter acesso ao mesmo.