Preço dos fármacos para hepatite C cai para metade

Neste momento, existem 13 mil doentes a receberem tratamento.

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Acordo entre Estado e laboratórios foi assinado em Fevereiro de 2015, quando Paulo Macedo tutelava a pasta da Saúde Daniel Rocha

O preço dos medicamentos inovadores para a hepatite C reduziu para mais de metade em menos de dois anos, um efeito que se deve à concorrência, num momento em que há já 13 mil doentes em tratamento.

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O preço dos medicamentos inovadores para a hepatite C reduziu para mais de metade em menos de dois anos, um efeito que se deve à concorrência, num momento em que há já 13 mil doentes em tratamento.

O presidente da Autoridade do Medicamento (Infarmed) reconheceu, em entrevista à agência Lusa, que a concorrência entre três laboratórios trouxe uma diminuição dos preços dos medicamentos para a hepatite C, um redução de "mais de metade" face ao acordo assinado há quase dois anos entre uma das farmacêuticas e o Estado.

"Os tratamentos que existem para a hepatite C, com o tempo, têm vindo a reduzir [de preço]. Não quer dizer que tenha sido a primeira firma [com quem se fez o acordo] a reduzir os preços", afirmou Henrique Luz Rodrigues.

O presidente do Infarmed adiantou ainda que já se ultrapassou a barreira dos 13 mil doentes em tratamento para a hepatite C.

O acordo entre o Estado e um dos laboratórios que fornece os fármacos inovadores para a infecção foi formalizado há quase dois anos, mas os dados do Infarmed abrangem também outros doentes tratados por medicamentos fora do âmbito deste acordo.

O contrato - assinado por dois anos e que será agora novamente negociado -prevê o pagamento por doente tratado e não por tempo de tratamento ou quantidade de medicamentos. A comparticipação do Estado português nos medicamentos abrangidos é de 100%.

O universo dos doentes potencialmente abrangidos foi logo definido em 13 mil pessoas. Henrique Luz Rodrigues considera difícil estimar quantos doentes entrarão em tratamento no futuro, uma avaliação que era possível fazer antes da assinatura do acordo, porque havia um conjunto de doentes que eram seguidos nas consultas.

Por outro lado, o presidente do Infarmed avançou que Serviço Nacional de Saúde deixará de comparticipar vários medicamentos das áreas cerebrovascular e osteoarticular.