Cartas ao director

Má noite de Reis

A verdade faz-nos mais fortes

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Má noite de Reis

Existe há muito um ditado que nos avisa que ‘de Espanha, nem bom vento, nem bom casamento’. Agora, congeminei este outro, que na prática é mortal: - ‘de Espanha, os Reis Magos encarnam a lixeira atómica de Almaraz’.

Já não contentes os ‘nuestros hermanos’ em nos terem roubado a praça de Olivença e seu território há mais de 200 anos, agora, as águas do rio Tejo continuam a ser envenenadas por uma central atómica que deveria ter sido encerrada em 2010.

Portanto, vamo-nos a eles enquanto é tempo, pois ‘quem não se sente não é filho de boa gente’.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

 

As USF

Todos ou quase todos, têm em casa alguém a padecer de constipação e até de virose gripal que viaja de corpo em corpo, e que um copinho de Douro fino ou de cachaça e mel não consegue aliviar. Neste estado frágil e de arrepios, pensamos ir à procura de tratamento mais eficaz. Assim caminhamos para as Unidades de Saúde Familiar - as USF - tão badaladas e disseminadas quanto ineficazes, a atender em espaços exíguos onde funciona a regra do tudo a monte e fé em Deus.

É aqui que se encontra o mal da questão, que nos leva a pensar que elas foram implantadas para não sobrecarregar os Centros Hospitalares, o que obriga o utente a fazer em casa a sua própria avaliação para depois concluir para onde se deve dirigir à procura da cura. Pesado o mal e a indisposição que tal estado febril provoca, o doente corre para onde lhe dão mais garantias de sucesso no atendimento.

É que as USF, não servem se não para medir a barriga, pesar o corpo, verificar a tensão arterial, fazer um curativo de ferida, para requerer a prescricção de fármacos recomendados e indispensáveis e de vez em quando para submeter a análise do médico de família (que não se pode perder), os exames clínicos mandados por ele fazer em consulta anterior a que o médico não dará seguimento ou resposta adequada por limitações várias.

As USF são um sorvedouro de dinheiro público. Por isto é que as pessoas recorrem às urgências dos hospitais, entupindo-as. Esperar por esperar, então que tal demora se faça no lugar onde se julga estar a solução.

Joaquim A. Moura, Penafiel

 

Os CoCos da CGD

A conversão dos CoCos em capital corresponde à primeira etapa da capitalização da Caixa Geral de Depósitos. Cheira mal o processo de nomeação da administração do único banco público. A emissão de obrigações, conversão de acções da Parcaixa e a entrada de dinheiro vivo perfazem o plano de capitalização para colocar a CGD nos eixos.

Como sempre quem paga a factura são os contribuintes. Mesmo assim, a Caixa actualizou em baixa, as taxas de juro dos depósitos a prazo. O Grupo CGD não pode continuar centro de emprego para agentes políticos, o histórico das suas perdas é assustador. Urge criminalizar os responsáveis pela má gestão da CGD.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim