Câmara da Torres Vedras exige reabertura das urgências pediátricas

Hospital local anunciou encerramento do serviço no período nocturno, até 15 de Janeiro.

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Crianças vão ser avaliados por um médico de clínica geral durante o encerramento do serviço MARCO MAURICIO / PUBLICO

A Câmara de Torres Vedras exigiu esta segunda-feira ao Ministério da Saúde a resolução, em dois dias, da falta de médicos que obrigou, desde domingo, ao encerramento nocturno das urgências pediátricas do hospital local.

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A Câmara de Torres Vedras exigiu esta segunda-feira ao Ministério da Saúde a resolução, em dois dias, da falta de médicos que obrigou, desde domingo, ao encerramento nocturno das urgências pediátricas do hospital local.

Num ofício enviado ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e ao secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, a Câmara de Torres Vedras "exige uma solução e a reposição, em 48 horas, da normalidade do funcionamento" da urgência de Pediatria do Centro Hospitalar do Oeste - Unidade de Torres Vedras.

De acordo com a informação afixada, a medida irá manter-se até 15 de janeiro, altura em que o centro hospitalar promete fazer "uma reavaliação da situação", que tem por base a "falta de recursos humanos médicos da especialidade de Pediatria na unidade de Torres Vedras", refere o aviso.

No ofício enviado ao ministro, o presidente da autarquia, Carlos Bernardes, manifestou "total desagrado" pelo encerramento de que diz só ter tido conhecimento "pela comunicação social" e em contradição com a informação obtida o mês passado junto do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), no qual a unidade se insere, e que ia no sentido de que "o referido serviço não iria encerrar".

"Face a tal desrespeito perante uma comunidade vulnerável, como são as crianças e jovens", o presidente da autarquia exige que a "situação seja resolvida no prazo máximo de 48 horas, a bem da saúde da comunidade servida por esta unidade de saúde", refere um comunicado divulgado hoje. No documento, o autarca afirma-se, ainda, "totalmente disponível para dialogar e encontrar soluções para este grave problema".

A Administração Regional de Saúde de Lisboa referiu contudo, que a cobertura integral da Urgência Pediátrica no Hospital de Torres Vedras está assegurada. Em resposta a questões colocadas pela agência Lusa, a ARSLVT afirmou que "num contexto de início do pico da gripe ao nível nacional, e visando garantir o acesso dos doentes aos cuidados de saúde, o Plano de Contingência de Inverno delineado pelo Centro Hospitalar do Oeste (CHO) está a ser executado, conforme planeado atempadamente e sendo ajustado a todo o momento às circunstâncias e às necessidades da população abrangida por este centro hospitalar".

No aviso afixado à porta da urgência, o CHO esclarece que as crianças e jovens que necessitem de recorrer ao serviço no período de encerramento vão ser "avaliadas clinicamente nas instalações da urgência pediátrica por um médico de clínica geral", que "poderá solicitar a observação por pediatras da unidade de Caldas da Rainha". 

O CHO, do qual fazem parte os hospitais de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, serve 293 mil habitantes dos concelhos do Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Óbidos, Peniche, Torres Vedras e parte de Alcobaça e de Mafra.