Cardeal-patriarca defende sociedade paliativa contra a eutanásia

"A eutanásia elimina a vida e portanto a Igreja Católica não pode concordar com ela", frisou Manuel Clemente.

Foto
O cardeal-patriarca defendeu que a vida humana "é inviolável" Nelson Garrido

O cardeal-patriarca Manuel Clemente disse nesta quinta-feira que a sociedade tem que se tornar uma "sociedade paliativa" para aliviar quem sofre, estando presente e próxima, reiterando que a Igreja Católica está contra a eutanásia.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O cardeal-patriarca Manuel Clemente disse nesta quinta-feira que a sociedade tem que se tornar uma "sociedade paliativa" para aliviar quem sofre, estando presente e próxima, reiterando que a Igreja Católica está contra a eutanásia.

"Temos que nos tornar uma sociedade paliativa. Mais do que cuidados clínicos temos que prestar cuidados paliativos, temos de estar próximos, de estar presentes, de ser companheiros, porque é isso que diz o Evangelho", disse Manuel Clemente em declarações à imprensa no final da homilia em que apresentou a Constituição Sinodal de Lisboa.

O cardeal-patriarca lembrou que a vida humana "é inviolável", conforme o artigo 24.º da Constituição da República Portuguesa e sublinhou que a eutanásia não elimina a dor.

"A eutanásia elimina a vida e portanto a Igreja Católica não pode concordar com ela", frisou.

O Bloco de Esquerda já anunciou que até ao final da actual sessão legislativa (até ao próximo Verão) apresentará uma iniciativa legislativa para despenalização da morte assistida.

Sobre esta questão, Manuel Clemente invocou o documento emanado pela Conferência Episcopal Portuguesa em Março último, sublinhando que quando existem problemas estes não se resolvem abandonando as pessoas ou matando-as, mas sim estando próximo delas quando mais necessitam à luz dos ensinamentos de Jesus.

O cardeal-patriarca referiu ainda que em países onde existe eutanásia, como a Holanda, há ainda um problema acrescido.

"Porque se se utiliza a eutanásia para tudo, qualquer dia é questão para perguntarmos afinal quem fica", questionou.