Cartas à Directora

"A geringonça" 

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"A geringonça" 

Presentemente, Portugal tem um governo produto de um imbróglio eleitoral criado pela Constituição, que impediu o anterior Presidente da República, de originar novas eleições, na hora própria, condicionando-o a, patrioticamente, ter que recorrer aos Partidos Políticos, um a um derrotados para governar, mas que, todos juntos constituíam maioria no Parlamento. Sem alternativa, foi empossado um governo saído de um Partido Político claramente não escolhido pelo Povo para governar. 
Foi a aplicação de um remendo, para tapar um buraco na pomposa roupagem da vaidosa empertigada DEMOCRACIA. 
Mas que não foi a cruzinha do boletim de voto que escolheu o Partido Político agora governante, para governar o país, isso não foi. Prevaleceu o efeito FILOSOFIA.

Contrariamente, o General Humberto Delgado não foi declarado Presidente da República. Prevaleceu o efeito DITADURA.

Regimes políticos antagónicos, decisões paralelas, efeitos diferentes.

Este é o governo dos numerosos derrotados para governar que, como que vencedores das eleições, com o argumento de terem sido eleitos para o Parlamento, o que não é a mesma coisa que terem sido eleitos para formar governo, coisa que nem sonharam poder acontecer, mesmo que o tivessem tentado coligados, dadas as convicções profundamente comunistas de alguns, que nem os socialistas conseguem compartilhar, assim é este governo de fachada socialista, moderno e moderado, mas que, na realidade, não tem essa personalidade própria, porque, dada a sua impressionante condição minoritária, não consegue governar a seu gosto, por dependente que é do apoio altamente comunista da  A.R. 

E porque a DEMOCRACIA é a única descoberta da humanidade que consegue atingir a perfeição, se não lhe aplicarem travões que a impeçam de funcionar como deve, e não admite truques nem oportunismos para bem servir o povo que a adota, em breve, ou o Partido Socialista, como dizem os brasileiros, vira comunista, ou os comunistas do Parlamento, domesticados pelo Governo Socialista, viram à direita, ou tudo acaba em desacordo, e o governo da poderosa maioria derrete-se como manteiga ao sol, a menos que, por vergonha ou por orgulho, se mantenham unidos a fazer que fazem.

Gonçalo Sampaio, Porto

Milagres

A comunicação social divulgou o caso do alandroalense Rufino Borrego que, aos 61 anos, abandonou a cadeira de rodas a que estava submetido desde que aos 13 anos lhe fora diagnosticada atrofia muscular progressiva. As novas tecnologias genéticas a que recorreu em 2010 a neurologista Teresinha Evangelista corrigiu o diagnóstico de há 43 anos e apurou tratar-se de miastenia congénita por mutação do gene DOK7 que é superável por um medicamento para a asma – o Salbutamol.

Não sou entendido em questões religiosas, mas cuido que seria justo propor a santificação da Dr.ª Teresinha atendendo a exemplos de canonizações de autores de um ou dois milagres, como Nuno Álvares Pereira, João Paulo II e, recentemente, Madre Teresa de Calcutá. Teresinha, sintomaticamente com o sobrenome de Evangelista, não ficará com um só milagre pois mais ocorrerão quando outros casos raros como este sejam tratados pelos meios que ela agora divulgou…

M. Gaspar Martins, Porto