Mourinho: “Se eu tenho algo a provar, imaginem os outros”

Treinador apresentado no Manchester United.

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Mourinho fotografado nesta terça-feira no relvado de Old Trafford REUTERS/Andrew Yates

Desta vez não se apresentou como Special One, nem como Happy One, nem com qualquer outro cognome. José Mourinho diz que assumir o comando do Manchester United é ter “um trabalho que muita gente queria” e garantiu nada ter a provar, apesar de o seu objectivo ser ganhar.

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Desta vez não se apresentou como Special One, nem como Happy One, nem com qualquer outro cognome. José Mourinho diz que assumir o comando do Manchester United é ter “um trabalho que muita gente queria” e garantiu nada ter a provar, apesar de o seu objectivo ser ganhar.

“Há alguns treinadores que não ganham títulos há dez anos. Outros nunca ganharam. A última vez que eu ganhei um título foi há um ano”, disse Mourinho, na conferência de imprensa desta terça-feira em que foi apresentado como treinador do Manchester United.

“Se eu tenho algo a provar, imaginem os outros. É esse o meu sentimento. Sinto que tenho algo a provar a mim próprio, não aos outros. Nunca serei capaz de trabalhar sem sucesso. Não está na minha natureza”, acrescentou o técnico português, que assinou contrato por três anos.

Em 2004, quando chegou Chelsea, Mourinho apresentou-se como o Special One. Em 2013, quando regressou ao clube londrino disse que preferia então ser o Happy One. Agora, recusou qualquer cognome. “Não sei. Nas outras duas vezes eu estava a chegar ao país, agora é diferente. Fui despedido do Chelsea e fiquei no mesmo país, com as mesmas caras. Nada é novo”, argumentou Mourinho, dizendo que chegou “a um clube difícil de descrever”.

“Não gosto de dizer que é o trabalho de sonho. Isto é a realidade e a realidade é que é um emprego que muita gente queria.”

Já no final da conferência de imprensa, Mourinho foi confrontado com a saída de Ryan Giggs do clube e não hesitou em responder. “O trabalho que o Ryan queria era o que me foi dado a mim”, disse Mourinho, comparando esta situação com a que viveu em 2000, quando decidiu deixar de ser adjunto.

Mourinho foi ainda confrontado com a rivalidade com Pep Guardiola, que na próxima época será treinador do Manchester City. “Falar de um treinador, um clube ou um inimigo (não gosto da palavra), não é correcto. Uma coisa é em Espanha, onde há uma corrida a dois. Em Itália há três [candidatos ao título]. Mas na Premier League isso não faz sentido”, disse o técnico português.

Numa nota de humor, Mourinho disse ainda que Alex Ferguson lhe deu dois conselhos para esta sua nova etapa em Manchester. “Ele disse para eu trazer o guarda-chuva. E ontem não podia acreditar que estava a chover no relvado, por isso foi um grande conselho”, contou o técnico português, a quem o mítico treinador escocês recomendou ainda que levasse algumas boas garrafas de vinho. Uma referência à tradição de os dois beberem um copo de vinho quando se defrontavam. “Ele agora está no Europeu, mas no fim das férias dele vamos ter muito tempo para nos encontrarmos.”