Facebook quer menos páginas e mais amigos no feed de notícias

A decisão irá aproximar o actual modelo ao conceito original da rede social, lançada a Fevereiro de 2004.

Foto
Recentemente, a rede social assumiu que manipulava os "temas populares" em destaque DADO RUVIC/REUTERS

O Facebook vai voltar mudar de algoritmo. O anúncio foi feito esta quarta-feira e promete preocupar algumas páginas de marcas. A rede social de Mark Zuckerberg vai dar prioridade aos conteúdos partilhados pelos amigos de cada utilizador, em detrimento do conteúdo publicado por páginas de empresas e advinham-se consequências no tráfego dos sites externos que dependem das visualizações conquistadas no Facebook, escreve o vice-presidente da gestão de conteúdos do Facebook, Adam Mosseri.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Facebook vai voltar mudar de algoritmo. O anúncio foi feito esta quarta-feira e promete preocupar algumas páginas de marcas. A rede social de Mark Zuckerberg vai dar prioridade aos conteúdos partilhados pelos amigos de cada utilizador, em detrimento do conteúdo publicado por páginas de empresas e advinham-se consequências no tráfego dos sites externos que dependem das visualizações conquistadas no Facebook, escreve o vice-presidente da gestão de conteúdos do Facebook, Adam Mosseri.

Esta não é a primeira alteração no algoritmo do Facebook este ano. Em Abril, a empresa anunciou a intenção de alterar o algoritmo para que o feed de notícias “mostrasse o conteúdo que interessa” a cada utilizador, o que significa que a rede social teria de responder com a “quantidade certa de actualizações de amigos, figuras públicas, anúncios, empresas e organizações” às quais os utilizadores estão ligados. A empresa sublinhava então que esse balanço “é diferente para cada um, dependendo naquilo em que estão mais interessados em saber todos os dias”.

Agora o Facebook anunciou que irá mais longe. Segundo a empresa, a decisão assenta em pedidos recebidos pelos utilizadores que pedem mais “receitas da avó” ou “fotografias do sobrinho” e menos notícias sobre o “Brexit”, sobre o polémico novo vídeo do Kayne West - ou qualquer imagem da família Kardashian -, ou a última declaração polémica de Donald Trump.

A prioridade dada aos conteúdos partilhados pelos amigos aproxima-se do modelo original da rede de Zuckerberg. Joshua Benton, director do Harvard’s Nieman Journalism Lab, analisa a mudança e acredita que esta é uma forma de “manter os utilizadores fidelizados”. “Este é um sinal de que as publicações vão ter de contar mais com as receitas directas nos seus sites e menos nas receitas de publicidade”. Os gestores de redes sociais poderão agora concentrar-se em incentivar uma maior partilha dos seus conteúdos e menos na quantidade de conteúdos partilhados. A maneira como cada página vai ser afectada depende da forma como interage com os seguidores.

Nas mudanças anunciadas, o Facebook aponta uma mão cheia de mudanças: a primeira é a prioridade dada aos amigos e família. A segunda assenta na defesa da heterogeneidade de ideias, depois de ter assumido que interferia nos temas populares. A rede social irá ainda tentar verificar as publicações, para que elimine histórias falsas e aumentar as ferramentas para que cada utilizador esconda ou denuncie publicações. Por último, o Facebook reforça a intenção de continuar a aperfeiçoar o feed.

Em 2014 o Facebook foi alvo de críticas por ter sujeitado utilizadores a um experiência social, com base nas publicações que lhes expunha no feed de notícias, sem que estes fossem informados.