Fêmea de lince-ibérico encontrada morta em Mértola não foi envenenada

Autópsia indica que animal sofreu infecção viral, uma doença comum em linces-ibéricos e que pela primeira vez foi associada directamente a uma morte.

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Myrtilis foi encontrada morta no passado dia 1 de março Héctor Garrido/Banco Audiovisual da Andaluzia

Myrtilis, a fêmea de lince-ibérico encontrada morta no passado dia 1 de Março em Mértola, morreu por infecção viral e não por envenenamento, como se chegou a suspeitar. As conclusões do Laboratório de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa indicam que o felino sofreu de uma "panleucopénia felina", uma doença "muito comum entre os gatos domésticos". O laboratório revelou, em comunicado divulgado nesta sexta-feira, que a doença já tinha sido detectada em lince-ibéricos em liberdade, "apesar de ser a primeira vez que se encontra associada directamente à morte" de um espécime.

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Myrtilis, a fêmea de lince-ibérico encontrada morta no passado dia 1 de Março em Mértola, morreu por infecção viral e não por envenenamento, como se chegou a suspeitar. As conclusões do Laboratório de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa indicam que o felino sofreu de uma "panleucopénia felina", uma doença "muito comum entre os gatos domésticos". O laboratório revelou, em comunicado divulgado nesta sexta-feira, que a doença já tinha sido detectada em lince-ibéricos em liberdade, "apesar de ser a primeira vez que se encontra associada directamente à morte" de um espécime.

O laboratório adverte que estas patologias são comuns, estando muitas vezes associadas a causas de morte naturais em linces-ibéricos, em particular quando os animais enfrentam um processo de adaptação à vida livre. Foi o caso de Myrtilis, libertada a 8 de Fevereiro último no âmbito do projecto Recuperação da Distribuição Histórica do Lince Ibérico, desenvolvido por Portugal e Espanha, na Herdade das Romeiras, em Mértola. Apesar de serem vacinados para esta patologia, o laboratório entende que, “em teoria”, o stress provocado pela adaptação dos animais ao meio livre pode comprometer a sua imunidade.

Os especialistas alertam, em comunicado, para a necessidade de vacinar adequadamente os animais e monitorizar a população de linces-ibéricos após a sua liberdade para reduzir o risco de situações semelhantes. Em Março de 2015, outra fêmea, Kayakweru, introduzida em Portugal na primeira fase desta iniciativa, morreu envenenada em Mértola.