Estudante português terá sido vítima de ataque racista na Polónia

Os 15 estudantes, em Rzeszow através do programa Erasmus +, foram retirados do hostel e alojados numa casa dos arredores da cidade com segurança privada.

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Organizações internacionais têm alertado para o aumento do racismo e da xenofobia na Polónia Adriano Miranda

A história tem sido contada no Portal de Notícias de Rzeszow. Um dos 15 portugueses que  se encontram naquela cidade, no sudeste da Polónia, a fazer Erasmus +, o novo programa da União Europeia para as áreas da educação, formação, juventude e desporto, terá sido alvo de um ataque racista.

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A história tem sido contada no Portal de Notícias de Rzeszow. Um dos 15 portugueses que  se encontram naquela cidade, no sudeste da Polónia, a fazer Erasmus +, o novo programa da União Europeia para as áreas da educação, formação, juventude e desporto, terá sido alvo de um ataque racista.

O grupo de estudantes chegou a Rzeszow no dia 3 de Abril para fazer um intercâmbio. Ficou instalado num hostel, na rua Iskra. No primeiro sábado, dia 9, alguns decidiram sair à noite. Foi nessa ocasião que um homem terá chamadp “lixo” a um rapaz de 18 anos e lhe puxado pela roupa e pelo cabelo.

Os jovens terão ficado assustados. O professor responsável, Stanislaw Augustine, terá tratado de denunciar o caso à polícia. O suspeito, já identificado pelas autoridades, é um militar, de 38 anos. Tem 11 anos de experiência nas forças armadas e já cumpriu uma missão no Afeganistão.

Alguns alunos terão a pele mais escura e terão sido tomados por migrantes muçulmanos, confirmou o porta-voz do comando, Adam Szelag, àquele órgão de comunicação. A polícia de segurança pública recolheu indícios de ofensa verbal e de violação da integridade física. Como o suspeito é soldado, remeteu o caso para a polícia militar.

Conforme o portal de notícias, o professor Stanislaw Augustine contou que aquele não foi o único incidente daquela natureza a envolver os 15 estudantes. Enquanto alguns caminhavam pela cidade, terão ouvido insultos em inglês e em polaco. Tal terá acontecido em autocarros, lojas e na praça do mercado.

“Como polaco, tenho vergonha que cidadãos de outros países sejam alvo directo de comentários racistas”, comentou o professor. “Os estudantes polacos estiveram em Portugal e foram recebidos de forma calorosa, pensada, gentil, para não dizer amigável. Os estudantes portugueses vêm cá e acontecem estas coisas.”

O caso terá sido reportado ao consulado de Portugal na Polónia. A empresa que organizou a viagem também foi informada. Apesar das tentativas, o PÚBLICO não conseguiu esta segunda-feira contactar o cônsul, o secretário de Estado das Comunidades José Luís Carneiro, nem o responsável pela empresa.

Levantou-se a hipótese de os estudantes regressarem, de imediato, para Portugal. Stanislaw Augustine encontrou uma alternativa: arrendou uma casa com segurança privada. “Eles temem pela própria segurança. Não tive outra opção. Tive de mudá-los de sítio. É triste, mas é verdade”, declarou ao mesmo portal.

Várias organizações internacionais têm alertado para o aumento do racismo e da xenofobia na Polónia. O partido Lei e Justiça, liderado por Jaroslaw Kaczynski, irmão gémeo do ex-presidente Lech Kaczynski, ganhou as eleições no ano passado. Vários membros do partido fazem coro com políticos da Hungria e da Eslováquia na oposição à entrada de migrantes oriundos do Médio Oriente e do norte de África. Kaczynski já disse que os migrantes muçulmanos ameaçam o estilo de vida católico no país.