“Todos éramos livres de nos candidatar, isso não aconteceu"

José Eduardo Martins falou à entrada do congresso do PSD

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Martin Henrik

O antigo deputado do PSD José Eduardo Martins lamentou nesta sexta-feira algumas ausências no Congresso e pediu debate sobre a governação socialista, admitindo que a oposição do partido a este Executivo ainda não é a mais adequada. “O PSD está confrontado com o facto de haver um paradigma político, fruto da necessidade de sobrevivência de António Costa, onde temos um Governo PS apoiado pelo PCP. Este é o nosso primeiro congresso desde que isso aconteceu, espero que não nos seja alheio”, defendeu, à chegada ao congresso do PSD, que decorre até domingo em Espinho.

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O antigo deputado do PSD José Eduardo Martins lamentou nesta sexta-feira algumas ausências no Congresso e pediu debate sobre a governação socialista, admitindo que a oposição do partido a este Executivo ainda não é a mais adequada. “O PSD está confrontado com o facto de haver um paradigma político, fruto da necessidade de sobrevivência de António Costa, onde temos um Governo PS apoiado pelo PCP. Este é o nosso primeiro congresso desde que isso aconteceu, espero que não nos seja alheio”, defendeu, à chegada ao congresso do PSD, que decorre até domingo em Espinho.

Para o antigo secretário de Estado, esta era uma discussão que deveria mobilizar todos os sociais-democratas, quando confrontando com ausências como as de Rui Rio ou Nuno Morais Sarmento. “Gostava que todos tivessem vindo discutir isso, Espinho é pertíssimo”, lamentou.

Sobre o facto de ser uma das poucas vozes críticas que deverá falar neste congresso, José Eduardo Martins sublinhou que Pedro Passos Coelho foi eleito em directas por mais de 95% dos votos. “Não há oposição nenhuma – todos éramos livres de nos candidatar, isso não aconteceu, o partido só quis ter este líder, é este líder que vamos ter de apoiar e ajudar”, defendeu.

Questionado se o PSD está a responder adequadamente à governação socialista, José Eduardo Martins admitiu que, do seu ponto de vista”, “ainda não”. “É perfeitamente natural que estejamos ainda um bocadinho ajoujados depois do que aconteceu nas eleições de Outubro passado”, disse, prometendo que no sábado falará aos congressistas sobre este tema e sobre “os sinais errados” que considera que o actual Executivo tem vindo a dar.

Um pouco antes, o vice-presidente do partido José Matos Correia tinha dito que a forma como os militantes se mobilizaram nas eleições directas é um sinal de apoio ao actual presidente, que não considera um líder a prazo. “Não tenho grandes dúvidas que o próximo candidato a primeiro-ministro pelo PSD será Pedro Passos Coelho”, disse.