O Zé e a demissão do governo, repito, a demissão do governo

E se de caminho vender mais uns livros, vão ver como agradece com este piscar de olho no fim do Telejornal

Foto
DR

“E afinal, quais são os poderes do Presidente da República? Na verdade a Constituição confere-lhe vários. O Chefe de Estado pode, por exemplo, dissolver o Parlamento, repito, dissolver o Parlamento, pode demitir o Governo, repito, demitir o Governo, e pode ainda promulgar e vetar leis e usar o poder da palavra“ (e isto já não interessa repetir), vai ser assim o Telejornal, ou pelo menos foi, de acordo com o Zé, “orelhas” para os amigos, na passada quarta-feira, aquando da tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa, o novo Presidente da República.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“E afinal, quais são os poderes do Presidente da República? Na verdade a Constituição confere-lhe vários. O Chefe de Estado pode, por exemplo, dissolver o Parlamento, repito, dissolver o Parlamento, pode demitir o Governo, repito, demitir o Governo, e pode ainda promulgar e vetar leis e usar o poder da palavra“ (e isto já não interessa repetir), vai ser assim o Telejornal, ou pelo menos foi, de acordo com o Zé, “orelhas” para os amigos, na passada quarta-feira, aquando da tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa, o novo Presidente da República.

E se questões houvesse sobre as razões de tantos pulinhos e socos no ar na noite das Presidenciais, o Zé desfez essas dúvidas ao enumerar, por ordem decrescente de poderio nuclear, os poderes do Presidente. Afinal, quem quer consensos quando se tem um Presidente da cor política contrária e um governo usurpador à sua mercê? Marcelo, no seu discurso de tomada de posse, quer, o Zé é que nem por isso.

Porque desde ser o Comandante Supremo das Forças Armadas, defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa, nomear o Primeiro Ministro, Presidir ao Conselho de Ministros, convocar extraordinariamente a Assembleia da República, decidir da convocação, ou não, dos referendos nacionais, entre outros, vários são de facto, os poderes do Presidente. Para o Zé, no entanto, são só quatro, sendo que os dois últimos não interessam para nada.

Porquê? Porque o Zé tem medo. Porque se este Governo está à mercê do Presidente, o Zé está à mercê do Governo, porque desde comentários homofóbicos, passando por reportagens altamente parciais sobre o povo Grego e as suas opções políticas de "extrema-esquerda, repito, extrema-esquerda", até recusar-se a reduzir o seu salário milionário de 13000 euros por mês, o Zé já fez de tudo um pouco.

Não fizesse. Tivesse sido imparcial na sua actividade jornalística, e objectivo, com consciência social e em respeito pelo interesse público, na procura da verdade ao invés da vaidade de quem se proclama como o melhor escritor Português da actualidade. Porque ao confundir o serviço público com o interesse pessoal, o Zé lançou-se numa espiral cuja morte anunciada só pode ser evitada pela acção redentora "d’el Rei Dom Sebastião", o Professor Marcelo. Mesmo se a mesma for contra a estabilidade, contra os consensos, contra os portugueses, os que estão em Portugal e o os que, todos os dias, partem, numa demonstração de egoísmo torpe onde o Zé procura manipular, no seu próprio tempo de antena, a opinião pública nesta nova e derradeira senda: a demissão do Governo, repito, a demissão do Governo, onde pouco importa que se lixem todos os outros desde que, por fim, o Zé salve a pele. E se de caminho vender mais uns livros, vão ver como agradece com este piscar de olho no fim do Telejornal.