Venda centralizada foi o caminho seguido pelos principais campeonatos europeus

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GONÇALO DELGADO/WAPA/NFACTOS

O negócio da venda dos direitos de transmissão televisiva dos jogos do Benfica à NOS atingiu valores exorbitantes para o mercado português, mas no panorama dos principais campeonatos europeus, os valores alcançados pelos “encarnados” não são muito significativos e a transacção directa entre os campeões nacionais e a operadora de telecomunicações surge em contraciclo: ao contrário do que ainda acontece em Portugal, a venda centralizada dos direitos televisivos foi o caminho seguido pelas principais ligas de futebol da Europa.

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O negócio da venda dos direitos de transmissão televisiva dos jogos do Benfica à NOS atingiu valores exorbitantes para o mercado português, mas no panorama dos principais campeonatos europeus, os valores alcançados pelos “encarnados” não são muito significativos e a transacção directa entre os campeões nacionais e a operadora de telecomunicações surge em contraciclo: ao contrário do que ainda acontece em Portugal, a venda centralizada dos direitos televisivos foi o caminho seguido pelas principais ligas de futebol da Europa.

Até ao início desta época, os clubes das duas principais ligas da Península Ibérica eram os únicos, entre os campeonatos mais relevantes da Europa, que detinham os direitos de transmissão televisiva dos seus próprios jogos, mas no final de Setembro, a liga espanhola aprovou, com o voto contra do Real Madrid, a adaptação dos seus estatutos ao decreto-lei que regula a venda centralizada dos direitos de televisivos das suas competições, colocando Portugal isolado nesta matéria. Como resultado dessa alteração, ontem foi anunciado em Espanha a venda, no mercado interno, dos direitos de transmissão das próximas três épocas dos jogos dos dois principais escalões e da Taça do Rei, pelo valor de 2,65 mil milhões de euros. Os números alcançados pelos espanhóis continuam, no entanto, a não conseguir rivalizar com os atingidos no mercado inglês: 6,9 mil milhões de euros no mesmo período.

A compra dos direitos pela Sky Sports e BT Sport fez aumentar em 70% o valor das receitas amealhadas pelas equipas da Premier League a partir de 2016, sendo que no modelo inglês, exemplo que o Sporting defende que seja seguido em Portugal, 50% das receitas televisivas são divididas igualmente pelos 20 clubes; 25% são repartidas dependendo da posição em que um clube termine na época anterior; 25% divididos pelo número de vezes que um jogo de uma equipa é transmitido. Esta equação traduz-se em valores recebidos por época pelas equipas inglesas inimagináveis para a realidade portuguesa: O Chelsea tem direito a 135 milhões de euros, o Manchester City recebe 134 milhões e o Manchester United, que encerra o pódio, arrecada 132 milhões. O Queen Park Rangers, que surge no último lugar da lista, encaixa 88 milhões.

A Bundesliga não se aproxima sequer destes valores, mas o modesto Paderborn, a equipa que terá direito à menor fatia, receberá a generosa quantia de 22 milhões de euros se conseguir a permanência. Dos 528 milhões que serão distribuídos por todas as equipas germânicas, o Bayern Munique terá direito a 69 milhões, o Schalke 58,4 e o Borussia Dortmund com 57,1.

Em França, os principais clubes têm direito a valores que se podem equipara aos conseguidos pelo Benfica. O campeão Paris Saint-Germain recebe com 45 milhões de euros, a maior fatia do bolo, sendo seguida pelo Marselha (42,8) e o Lyon (41,9). Lens (13,5), Evian (13,4) e Metz (11,9) são os mais mal pagos.