Há 17 ideias para reinterpretar praça com assinatura de Siza Vieira em Viseu

Propostas do Concurso de Ideias vão estar em debate público durante um mês. Ordem dos Arquitectos já escolheu três vencedores

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Sérgio Azenha

Aquando do lançamento do concurso, a autarquia desafiou também o próprio Siza Vieira a fazer uma reinterpretação do seu trabalho. Desafio ao qual o arquitecto do Porto respondeu negativamente, considerando uma “agressão” cobrir o “único espaço aberto e livre do centro histórico de Viseu”. Na altura, criticou ainda a facilidade com que “hoje em dia todas as agressões são permitidas”, lamentando o fim dos direitos de autor.

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Aquando do lançamento do concurso, a autarquia desafiou também o próprio Siza Vieira a fazer uma reinterpretação do seu trabalho. Desafio ao qual o arquitecto do Porto respondeu negativamente, considerando uma “agressão” cobrir o “único espaço aberto e livre do centro histórico de Viseu”. Na altura, criticou ainda a facilidade com que “hoje em dia todas as agressões são permitidas”, lamentando o fim dos direitos de autor.

Ao concurso de ideias lançado pela Câmara de Viseu, e que teve o acompanhamento técnico da Ordem dos Arquitectos do Norte, concorreram 33 projectos, dos quais 17 foram admitidos à apreciação do júri que escolheu os três primeiros classificados com base nos critérios, entre outros, de “originalidade” e “inovação”, “fundamentação técnica e económica”, “sustentabilidade ambiental e paisagística” e “articulação com a envolvente”. O primeiro lugar foi atribuído a um arquitecto de Viseu, os segundo e terceiro lugares a ateliês de Braga e Lisboa, respectivamente. A partir do dia 22 de outubro, e durante um mês, as propostas são dadas a conhecer ao público.

“O ponto de partida para o debate público é o projecto vencedor em que as pessoas podem agora dar os seus contributos em torno das funcionalidades que queremos que o mercado tenha no futuro. É para esse debate que estou a convidar os cidadãos de Viseu. Um debate aberto, participado e esclarecedor”, explicou Almeida Henriques, presidente da autarquia.

O autarca admitiu que “se venham a conhecer posições extremadas, sempre assim foi”, mas assumiu que desde o início a Câmara partiu da assunção de que o Mercado teria de ser coberto. “Poderíamos ter optado por entregar o projecto e, se calhar, já estaríamos com o concurso aberto para o lançamento da obra. Optámos por ir por um caminho mais participativo”, salientou.

“A nova vida do Mercado 2 de Maio fará justiça ao valor patrimonial e ao carinho da comunidade por aquela que é a praça mais emblemática do centro histórico da cidade”, referiu ainda.

A revitalização do Mercado 2 de Maio é uma das obras que a autarquia de Viseu incluiu no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) para ser financiada através de fundos comunitários. Entre outros projectos previstos no Plano, que engloba um valor de 18 milhões de euros, está também a requalificação da central de camionagem e a sua transformação num centro de “mobilidade inteligente”, assim como a reestruturação de toda a rede de transportes urbanos. “Vai acontecer a verdadeira revolução nesta área”, anunciou Almeida Henriques. A melhoria da cobertura dos transportes públicos com o sistema “on demand”, a monitorização da rede de transportes e dos parques de estacionamento e a introdução de sistemas de carsharing (partilha) são algumas das novidades incluídas no plano de mobilidade urbana sustentável.