Caravana Feminista termina em Portugal viagem pela Europa

A Caravana Feminista, que arrancou na zona curda da Turquia, a 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, termina com paragens no Porto, no dia 12 e 13, Coimbra, a 14, e Lisboa, de 15 a 17 de Outubro, depois de uma viagem em que se quis reforçar movimentos feministas e criar elos entre eles, disse uma das participantes do projeto, Carolina Moreira, de Coimbra.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Caravana Feminista, que arrancou na zona curda da Turquia, a 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, termina com paragens no Porto, no dia 12 e 13, Coimbra, a 14, e Lisboa, de 15 a 17 de Outubro, depois de uma viagem em que se quis reforçar movimentos feministas e criar elos entre eles, disse uma das participantes do projeto, Carolina Moreira, de Coimbra.

Durante a viagem, a caravana foi ao encontro de "fábricas ocupadas na Grécia", debateu a "extrema violência contra as mulheres" que se faz sentir na Turquia, abordou a causa curda (grupo étnico sem país), registou a resistência "de mulheres trabalhadoras na Bósnia, que não recebiam há 40 meses e ocuparam uma fábrica", conheceram uma mulher cigana que lidera o movimento contra os despejos na Roménia ou "viúvas de guerra no Kosovo que criaram uma cooperativa", conta a jovem de 28 anos que participou durante quase todo o percurso da caravana.

A Caravana Feminista, que contou com a participação de dez mulheres de diferentes nacionalidades na viagem, esteve também em contacto com movimentos que lutam em torno de causas como a paridade salarial, a liberalização do aborto, a soberania alimentar, o direito à habitação e o combate à xenofobia, entre outros temas, acrescentou Carolina Moreira.

A iniciativa, que passou por países como a Roménia, França, Espanha, Turquia, Polónia, Grécia ou Bósnia-Herzegovina, permitiu perceber que, "apesar de contextos completamente diferentes, encontram-se muitas semelhanças", em questões como "a precariedade ou direitos reprodutivos", apontou.

Além disso, foi possível constatar que "o conforto das mulheres do Norte é garantido com a exploração das mulheres do Sul que, nesses países, são empregadas domésticas, tratam dos idosos e das crianças", demonstrando a "forma perniciosa como a libertação das mulheres nas sociedades mais desenvolvidas depende da exploração das mulheres do Sul".

De acordo com Carolina Moreira, a caravana participou em "muitos eventos" de movimentos feministas, mas também de associações locais.

A partir do contacto directo com diferentes formas "de resistência e de luta", a Caravana Feminista procurou "conectar os movimentos do Leste e do Ocidente", criando pontes entre lutas, que muitas vezes, "estão isoladas".

A iniciativa ajuda a desenvolver "sementes para futuros projectos", mas também a reforçar os próprios movimentos locais, havendo o objectivo de colocá-los "todos numa mesma plataforma", explicou.

Em Portugal, a caravana vai estar no Porto, entre 12 e 13, a integrar o Festival Feminista, que está a decorrer naquela cidade até ao dia 31, e no qual será feita uma leitura encenada pelos membros da caravana, uma exposição e uma "marcha contra a violência machista", entre outros eventos.

A 14 de Outubro, a iniciativa passa por Coimbra, onde participa num debate sobre "resistências feministas locais e internacionais", na república Rosa Luxemburgo.

Em Lisboa, de 15 a 17 de Outubro, haverá uma marcha, oficinas, tertúlias e uma assembleia final.