No Palácio de Cristal contaram-se histórias de árvores

Os jardins do Palácio de Cristal comemoram 150 anos de existência, num local onde a natureza e a cultura se unem para dar vida ao espaço.

Fotogaleria

O melhor ficou mesmo para o fim: a árvore mais antiga, um Liriodendron tulipífera, tem mais de 200 anos e, mesmo em situações adversas, criou mecanismos para sobreviver e prolifera. O resultado é a forma invulgar do tronco, que se ergue em grandes ramos carregados de sementes. Rui Afonso, responsável pelos espaços verdes urbanos e o guia desta viagem, refere a forma como a árvore bicentenária, numa quase personificação, se apercebe do aproximar do fim de vida, produzindo sementes de forma mais intensa para se reproduzir-, antes de morrer.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O melhor ficou mesmo para o fim: a árvore mais antiga, um Liriodendron tulipífera, tem mais de 200 anos e, mesmo em situações adversas, criou mecanismos para sobreviver e prolifera. O resultado é a forma invulgar do tronco, que se ergue em grandes ramos carregados de sementes. Rui Afonso, responsável pelos espaços verdes urbanos e o guia desta viagem, refere a forma como a árvore bicentenária, numa quase personificação, se apercebe do aproximar do fim de vida, produzindo sementes de forma mais intensa para se reproduzir-, antes de morrer.

É aliás de uma forma quase poética que se fala nesta visita, onde cada exemplar é apresentado como se de uma pessoa se tratasse, por ali se respeitar a natureza e as suas vontades.

Há árvores de todas as idades, das mais exóticas às mais vulgares. Ainda no início, é a Araucária que dá o mote, representada por um exemplar com aproximadamente 100 anos. Mas é o plátano quem marca maior presença nos parques portuenses – ao todo, das mais de 3500 árvores já inventariadas, 10 % são destes exemplares. No entanto, há ali um exemplar especial, que procura a classificação de “interesse público” por se ter desenvolvido com uma casca exclusa e com dois ramos.

Também as palmeiras Washingtonia Robusta merecem referência, não tanto pela sua presença individual mas pelo conjunto que criam, motivo pelo qual esperam também a classificação. Já mais no final da visita, há ainda tempo para apreciar a peculiaridade da Lasiandra Papyrifera, comummente chamada de “árvore do papel”. Destaca-se por ser o único exemplar existente em todos os parques da cidade, uma árvore exótica que ali se conseguiu adaptar. Rui Afonso acredita que “se elas se conseguem adaptar aqui, é porque aqui pertencem”.

A Porto Lazer, entidade responsável pela manutenção dos parques, procura agora formas de o público conseguir identificar as árvores e as suas especificidades de forma mais fácil. Assim, o objectivo passa por inserir em cada exemplar uma identificação, possivelmente com um QR Code para que a informação possa aparecer de forma automática em smartphones. O projecto ficará a cabo da UTAD-Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e a estimativa é de que estará pronto em dois anos.

Enquanto o projecto não é aplicado, os transeuntes poderão continuar a apreciar a beleza natural dos jardins do Palácio, que este ano já contou com mais de 90 eventos apenas na Avenida das Tílias.

Texto editado por Ana Fernandes