Em nome do pai

Um golo de André André, no minuto 86, garantiu ao FC Porto uma vitória no primeiro clássico da época e quatro pontos de vantagem sobre o Benfica.

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Intenso e quentinho em vários momentos — Rui Vitória queixou-se de entradas duras de Maxi e Maicon; Julen Lopetegui falou de uma agressão de André Almeida —, o primeiro grande clássico foi um jogo de reviravoltas. O Benfica entrou sem medo e dominou os primeiros 30 minutos, mas na segunda parte abdicou demasiado cedo de tentar vencer, permitindo que o FC Porto fosse avançando no terreno até ser feliz na parte final, uma mão cheia de minutos depois de Lopetegui receber a vaia da noite por ter retirado de campo Vicent Aboubakar.

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Intenso e quentinho em vários momentos — Rui Vitória queixou-se de entradas duras de Maxi e Maicon; Julen Lopetegui falou de uma agressão de André Almeida —, o primeiro grande clássico foi um jogo de reviravoltas. O Benfica entrou sem medo e dominou os primeiros 30 minutos, mas na segunda parte abdicou demasiado cedo de tentar vencer, permitindo que o FC Porto fosse avançando no terreno até ser feliz na parte final, uma mão cheia de minutos depois de Lopetegui receber a vaia da noite por ter retirado de campo Vicent Aboubakar.

Em tom de brincadeira, Lopetegui tinha dito na antevisão do jogo que ia mudar a equipa toda, mas, na verdade, o que o treinador espanhol fez foi decalcar a ficha de jogo da última partida para o campeonato e colocar em campo o mesmo “onze” que tinha vencido em Arouca. Ao contrário do que tinha feito em Kiev a meio da semana, Lopetegui colocou André André no sítio certo (centro do terreno), recuperou Corona para uma das alas e manteve a aposta num dos jogadores do plantel que tem à sua disposição que apresenta um futebol mais maduro: o ainda adolescente Rúben Neves.

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A fórmula, no entanto, demorou a resultar. Bem menos criativo do que o treinador rival, Rui Vitória optou por mexer o mínimo possível no “onze” que tinha somado duas vitórias e oito golos marcados contra o Belenenses e o Astana, mas tirou um “coelho da cartola” muitas vezes usado por Jorge Jesus: aparentemente proscrito na equipa do Benfica, André Almeida surgiu no meio campo, ao lado de Samaris. Apesar de ser no Benfica quase sempre segunda ou terceira opção — ainda não tinha qualquer minuto no campeonato com Rui Vitória —, André Almeida foi titular pela quarta época consecutiva no Estádio do Dragão.

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Com uma atitude poucas vezes vista na casa portista nos últimos anos, o Benfica entrou no jogo sem medo e com vontade de mandar. Procurando retirar à equipa de Lopetegui o seu principal fetiche (a posse de bola), os “encarnados” jogaram avançados no terreno, pressionando o portador da bola adversário logo que o FC Porto procurava construir jogadas de ataque. Perante a estratégia de Rui Vitória, os “azuis-e-brancos” começaram por sentir muitas dificuldades e, na primeira dúzia de minutos, valeu a Lopetegui num par de vezes a atenção de Casillas (Mitroglou, aos 8’; Luisão, aos 11’). Sempre longe da baliza de Júlio César, os portistas só no minuto 44, num lance com Aboubakar e Brahimi protagonistas, ameaçou os “encarnados”.

Após o intervalo, o filme ganhou cor para o FC Porto e tornou-se a preto e branco para o Benfica. Logo aos 2’, Aboubakar acertou no poste e, 12 minutos depois, o camaronês ganhou a Jardel em velocidade, fintou Júlio César, mas a presença de Luisão evitou o primeiro golo no Dragão. Mesmo sem sufocar, os “azuis-e-brancos” colocavam o Benfica em sentido e as “águias”, que apenas num lance de Mitroglou (72’) se mostraram no ataque, começaram a dar evidentes sinais que o objectivo era levar um ponto para Lisboa.

E esse desejo pareceu bem real até ao minuto 86. Embora com ascendente, o FC Porto parecia incapaz de chegar ao golo que daria quatro pontos de vantagem sobre o rival, mas quando já poucos esperavam, surgiu um grande golo e um novo herói no Dragão: após uma jogada rápida, o regressado Varela, com classe, assistiu com um toque de calcanhar André André que, isolado perante Júlio César, fez justiça ao legado do pai, oferecendo numa bandeja a Lopetegui a primeira vitória contra o Benfica.

FIGURA DO JOGO

Tal como o pai, chegou ao FC Porto aos 26 anos, mas se o progenitor terminou a carreira sem conseguir marcar um golo ao Benfica, o filho precisou de apenas 86 minutos para o fazer com a camisola portista. Com uma enorme personalidade, André André já conquistou o Dragão e não restam dúvidas que tem a qualidade suficiente para ocupar um dos lugares do meio-campo “azul-e-branco”.