Começou o restauro da imagem da FIFA

Organismo que gere o futebol a nível mundial realizou a primeira reunião do seu Comité de Reforma

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A FIFA continua a tentar limpar a sua imagem ARND WIEGMANN/Reuters

Por enquanto, e no final da primeira jornada de trabalho, o silêncio foi a palavra de ordem. Presidido por Francois Carrard, antigo director-geral do Comité Olímpico Internacional (COI) e composto por 13 elementos, este Comité de Reforma fez saber, através de um porta-voz, que apenas seriam anunciadas conclusões sobre as propostas que estão em cima da mesa numa conferência de imprensa a ter lugar ao final da tarde de hoje.

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Por enquanto, e no final da primeira jornada de trabalho, o silêncio foi a palavra de ordem. Presidido por Francois Carrard, antigo director-geral do Comité Olímpico Internacional (COI) e composto por 13 elementos, este Comité de Reforma fez saber, através de um porta-voz, que apenas seriam anunciadas conclusões sobre as propostas que estão em cima da mesa numa conferência de imprensa a ter lugar ao final da tarde de hoje.

Oficialmente designado como Comité de Reforma FIFA 2016, este organismo foi criado após a última reunião do comité executivo realizada a 20 de Julho como uma resposta da FIFA à pior crise que afectou a entidade máxima do futebol a nível mundial nos seus 111 anos de história.

A decisão motivou surpresa, dado que a FIFA já tinha em funcionamento um processo de reforma interna, dirigido por Domenico Scala, director do seu Comité de Auditoria. Scala, segundo fontes citadas pela agência Reuters, propôs ontem a redução do poder das confederações continentais. Actualmente, são estas que elegem os influentes membros do Comité Executivo da FIFA, mas Scala defende que haja uma transferência de poder para as 209 federações nacionais que compõem a FIFA.

 Scala terá igualmente sugerido a extinção do próprio Comité Executivo e a sua substituição por dois comités autónomos, ao mesmo tempo que advoga a limitação dos mandatos aos membros da FIFA.

No entanto, foram as confederações continentais que indicaram os 12 elementos que compõem o Comité de Reforma, cabendo a cada confederação dois membros. Houve ainda a tentativa de os principais patrocinadores da FIFA – casos da Coca Cola, Visa ou McDonald’s – indicarem igualmente dois elementos para o Comité de Reforma, mas tal ideia não vingou.

A FIFA está a ser pressionada de uma forma sem precedentes para conduzir reformas no seu funcionamento interno, como consequência das acusações de corrupção feitas pelas autoridades judiciais norte-americanas a nove actuais e ex-dirigentes da FIFA. Muitos deles integraram o Comité Executivo ou outras estruturas de topo do organismo que tem sede na Suíça.

A Procuradoria-Geral suíça tem também, neste momento em curso, uma investigação relativa à atribuição da organização dos Mundiais de futebol de 2018 e 2022, respectivamente, à Rússia e ao Qatar.

Todas estas acções judiciais e a pressão de alguns dos principais patrocinadores da FIFA levaram ao pedido de demissão de Joseph Blatter, em Junho, pouco tempo depois de ter sido reeleito para o cargo que exercia desde 1998.