Viva o Bookerly!

Os Kindles morrem depois de dois anos de uso intenso mas são tão baratos que saem quase de graça.

Este Verão tenho lido uns livros em papel que larguei à primeira página, por imitarem os sinais de uma enxaqueca, de tão desfocados e desalinhados.

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Este Verão tenho lido uns livros em papel que larguei à primeira página, por imitarem os sinais de uma enxaqueca, de tão desfocados e desalinhados.

Foi uma sensação deveras estranha passar desses livros para o Kindle e ficar impressionado pela limpa facilidade de leitura na maquineta. A fonte anterior, chamada Caecilia, era boa mas bruta. Estava tão habituado a ela que pensei que ia custar-me a "fazer a transição", segundo a frase grandiosa, lembrando a travessia do Rubicão por Júlio César.

Qual quê! Não só não me "adaptei" como passei logo a ficar mal habituado. Como consumidor do século XX ainda estou na fase de adoração de updates que são grátis. Evidentemente está-me queimado no cérebro os 150 euros que paguei para comprar uma qualquer versão de leão da montanha do OSX da Apple.

Os Kindles morrem depois de dois anos de uso intenso mas são tão baratos que saem quase de graça. Como morrem de repente tenho três: um para livros novos, jornais e revistas; um secundário, para livros de autores vivos e mortos que ainda não li e um terceiro para os clássicos que ainda não li.

Podemos nascer e morrer; ler e escrever. Mas nunca acertamos as contas com as quais as nossas almas contam para sobeviver.

Os livros impressos só têm uma maneira de resistir: serem bem impressos.