Caça ao centro

O apelo directo que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho fez este domingo ao eleitorado de centro-esquerda não é muito diferente do que António Costa faz desde o início da semana, com a publicação desdobrada das suas “cartas aos eleitores indecisos”. Ainda que haja muito mais partidos de esquerda do que de direita, os dois líderes sabem que em Portugal é no eleitorado do centro (de geometria variável) que as eleições se decidem. Mais do que isso, ambos sabem também que, sendo a maioria absoluta uma miragem, os dois partidos estão condenados a entenderem-se na próxima legislatura se não quiserem voltar às urnas no curto prazo. Têm por isso de manter nos discursos algumas zonas cinzentas que permitam avanços e recuos futuros que não impliquem perder a face nem transformem a crítica em níveis de crispação inultrapassáveis. A um mês das eleições e com um desfecho tão incerto, é agora oficial: abriu a caça ao centro.

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O apelo directo que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho fez este domingo ao eleitorado de centro-esquerda não é muito diferente do que António Costa faz desde o início da semana, com a publicação desdobrada das suas “cartas aos eleitores indecisos”. Ainda que haja muito mais partidos de esquerda do que de direita, os dois líderes sabem que em Portugal é no eleitorado do centro (de geometria variável) que as eleições se decidem. Mais do que isso, ambos sabem também que, sendo a maioria absoluta uma miragem, os dois partidos estão condenados a entenderem-se na próxima legislatura se não quiserem voltar às urnas no curto prazo. Têm por isso de manter nos discursos algumas zonas cinzentas que permitam avanços e recuos futuros que não impliquem perder a face nem transformem a crítica em níveis de crispação inultrapassáveis. A um mês das eleições e com um desfecho tão incerto, é agora oficial: abriu a caça ao centro.