Patos e lontras ajudam portadores de deficiência em Miranda do Douro

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A "lontra" vai ter de se desviar do lixo. Carla Tomás

David Velasco, director da EBI explica que esta é uma nova experiência terapêutica de comunicação destinado a pessoas com necessidades especiais. "Contudo, há alguns anos, um outro projecto teve o seu começo com crianças autistas, a bordo dos nossos navios que fazem os cruzeiros ambientais no Douro Internacional e no lago da Sanabria (Espanha), onde utilizamos algumas das espécies da fauna desta duas zonas transfronteiriças", destacou.

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David Velasco, director da EBI explica que esta é uma nova experiência terapêutica de comunicação destinado a pessoas com necessidades especiais. "Contudo, há alguns anos, um outro projecto teve o seu começo com crianças autistas, a bordo dos nossos navios que fazem os cruzeiros ambientais no Douro Internacional e no lago da Sanabria (Espanha), onde utilizamos algumas das espécies da fauna desta duas zonas transfronteiriças", destacou.

No parque náutico de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, onde está instalada a EBI, está a ser desenvolvida "uma nova terapia de relaxamento e comunicação" com recursos a aves, como patos mergulhadores ou lontras e que começa a ser uma espécie de "ajuda" aos jovens e menos jovens com necessidades especiais.

"Agora em colaboração com a Leque, o que estamos a fazer é: implementar um projecto-piloto com recursos a uma espécie de patos especiais [patos mergulhadores] que permitem ultrapassar barreiras que animais maiores criam no relacionamento com estas pessoas especiais e principalmente portadoras de deficiência", explicou o técnico.

Os patos mergulhadores "interagem bem" com os utentes, havendo um bom relacionamento, já que "são animais dóceis de fácil trato". "O principal objectivo do programa é criar ligações com quem apresenta dificuldades em comunicar e ao mesmo tempo relaxar e acalmar estas pessoas", frisou.

Por outro lado, David Velasco, acrescenta que o programa terapêutico com recurso às lontras está agora a começar. "Vão nascer duas crias que vão ser treinadas para este programa. Contudo, o casal de progenitores já faz as delícias de quem por ali passa", explicou.

E não foi difícil, após alguns minutos de contacto com patos e lontras, verificar o sorriso e a alegria das crianças que frequentam o Centro de Férias de Turismo Rural Inclusivo da associação Leque, o que se tornou num "momento especial".

A directora da Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Necessidades Especiais - Leque, Celmira Macedo, explica que esta colónia de férias é um momento em que as famíali podem respirar, uma vez que podem tirar férias tranquilamente. "Estamos a conciliar o turismo rural como turismo terapêutico. Muitas destas crianças e jovens têm necessidades específicas e por esse motivo necessitam de um apoio terapêutico aliando a natureza à reabilitação psicomotoras de cada um dos intervenientes", explicou.

Segundo a técnica, é a primeira vez que associam a ruralidade e terapêutica e com resultados considerados como "muito bons" já que também é o único centro que tem uma componente nocturna.

No total, são 26 crianças vindas de todo o país, principalmente, dos grandes centros urbanas como Lisboa, Porto, Braga, Guimarães entre outras cidades.

"Este trabalho de inclusão poderá ser replicado em qualquer lugar do país, ou até da vizinha Espanha", concluiu.

Todo este trabalho inclusivo e terapêutico tem lugar até ao final do mês de Agosto na colónia do Barrocal do Douro, no concelho de Miranda do Douro, e conta com o apoio de diversas entidades públicas e privadas.