Jornalista morre após ser agredido por adeptos de futebol

O caso ocorreu no Azerbaijão, país onde a liberdade de expressão é muito condicionada.

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Javid Huseynov, aqui num jogo contra Portugal, foi o motivo de todo o caso Miguel Vidal/Reuters

Aliyev publicou na rede social Facebook um texto no qual defendia que o jogador Javid Huseynov devia ser banido do futebol por ter exibido uma bandeira turca a adeptos de uma equipa cipriota no final de um jogo da Liga Europa entre o seu clube, o Gabala FK e o Apollon Limassol.

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Aliyev publicou na rede social Facebook um texto no qual defendia que o jogador Javid Huseynov devia ser banido do futebol por ter exibido uma bandeira turca a adeptos de uma equipa cipriota no final de um jogo da Liga Europa entre o seu clube, o Gabala FK e o Apollon Limassol.

Segundo noticiam órgãos de comunicação social locais, citados pela BBC, Aliyev foi atraído para um encontro por alguém que se apresentou como sendo familiar do futebolista, tendo sido espancado. Morreu na sequência das agressões devido a uma hemorragia interna.

No texto que publicou no Facebook, Aliyev, que trabalhava para o site de notícias ann.az, acusou Huseynov de ter sido “imoral e mal-educado” por ter agitado uma bandeira da Turquia aos adeptos do clube cipriota.

Um primo de Huseynov foi já detido pela polícia, suspeito de estar envolvido nas agressões e as autoridades policiais de Bacu, capital do Azerbaijão, “estão no terreno para prender outros alegados envolvidos”, refere a agência noticiosa Turan.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, manifestou, entretanto, a sua “séria preocupação” com o sucedido, considerando-o “uma ameaça à liberdade de expressão”, conforme é citado pela agência de notícias APA.

Para já, Huseynov foi suspenso da equipa pelo seu clube. O Gabala emitiu um comunicado no qual declarou estar “chocado” com a morte do jornalista, acrescentando que “ninguém tem o direito de ameaçar outro ou recorrer à violência”. "Apesar de Huseynov ser um jogador muito importante para a equipa do Gabala, foi suspenso até que o assunto seja clarificado”, lê-se no comunicado.

A liberdade de expressão é um assunto problemático no Azerbaijão, com o país a ocupar a 162.º posição em 180 nações no ranking da organização Repórteres sem Fronteiras.