Cartas à Directora

Passos Coelho de bicicleta

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Passos Coelho de bicicleta

Com os cofre cheios, o XIX governo constitucional chefiado por Passos Coelho vai despender cerca de 3 milhões de euros para estudar a forma de deslocações dos servidores do Estado e na criação de um parque para estacionamento de bicicletas nos organismos públicos, através da Plataforma para a Mobilidade Sustentável na Administração Pública. Espero que a medida não se destine apenas à “arraia miúda” dos funcionários públicos e inclua os ministros e o chefe do governo. Pedro Mota Soares ainda deu um ar da sua graça a andar de lambreta! O Parque Automóvel do Estado português tem 26 903 automóveis. Passos Coelho dava um bom exemplo  de combate à emissão de CO2 deslocando-se de bicicleta  para o seu gabinete! Pode ser que a brisa da manhã o acorde para a necessidade de defender o Estado Social. Herberto Helder, em A Bicicleta escreveu:”… entre o nascimento e a morte, o movimento da rosa floresce sabiamente/e a bicicleta ultrapassa o milagre…”

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Reformas

Foi ontem notícia que PSD se aproximou do PS relativamente às pensões, não cortando as atuais, mas apenas as futuras. Como é óbvio os políticos estão preocupados com os votos agora e não no futuro, mas é preciso equidade intergeracional, nomeadamente com a criação de um teto máximo para as reformas. Na Suíça existe um teto máximo de 1700€, e as cidades Suíças estão constantemente entre as mais caras do mundo para viver. O princípio é básico, quem teve ordenados melhores, conseguiu poupar muito mais e certamente não está tão dependente das pensões para viver com dignidade como aqueles que não puderam poupar tanto por terem salários menores. É preciso também mais equidade intrageracional. Também é preciso criar comissões independentes para que possam decidir isto, não se pode deixar esta decisão nas mãos daqueles que mais têm a perder com esta decisão. Não sei do que estamos à espera..

Dario F. Ruivo, Seixal

Sábios e idiotas pencudos

A leitura do PÚBLICO entusiasma-me sempre, mesmo que, nestes casos, pela negativa. Quanto à sabedoria, refiro-me a uma muito especializada e que é exigida para a leitura de dois artigos - "Prevalência das disfunções miccionais é semelhante nos países europeus?" e " O mito do colesterol"- publicados em 22/7 e 26/7 por Alexandre Valentim Lourenço e Manuel Pinto Coelho, respectivamente. Cheios de considerações farmacológicas, clínicas, fisiopatológicas e outras que exigem expertise, não me parecem de todo caberem num jornal generalista. Não se pense que defendo a "torre de marfim" do saber médico e/ou afim mas o seu conteúdo e o modo como é explanado parecem mais pertença duma revista especializada. A "idiotia nariguda" essa é o novo insulto inventado por João Miguel Tavares ( J. M. T.) na sua crónica de 23/7 ( neste caso "o respeitinho seria mesmo muito bonito"...). Dando "uma de Vasco Pulido Valente", truculento, pretensioso e malcriado, vai além do leitor que lhe espoletou a crónica ao falar de "idiotas de café" e.... vai de os quantificar ao dizer que "os cafés estão cheios de deles". Porquê? Só porque não vêem as coisas políticas como ele acha óbvio que se vejam. Coitado de mim que tenho um nariz grande... vou ter de meter explicador (talvez Cavaco Silva...) para me explicar como devo pensar e votar...

Fernando Cardoso Rodrigues, Porto