EUA-Japão, clássico do futebol feminino na final do Mundial

Japonesas querem revalidar o título, enquanto as norte-americanas tentam reconquistar um troféu que lhes foge há 16 anos.

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Abby Wambach, uma das jorgadoras mais influentes da selecção norte-americana Michael Chow/Reuters

Nos últimos anos, os embates que colocam frente a frente a potência atlética e experiência das norte-americanas com a organização e a técnica das japonesas tornou-se uma espécie de clássico do futebol feminino internacional.

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Nos últimos anos, os embates que colocam frente a frente a potência atlética e experiência das norte-americanas com a organização e a técnica das japonesas tornou-se uma espécie de clássico do futebol feminino internacional.

Em 2011, na final do Mundial, as nipónicas surpreenderam conquistando o troféu ( seu segundo) no desempate por grandes penalidades, enquanto no ano seguinte, em Londres, as americanas vingaram-se e alcançaram o seu terceiro título olímpico consecutivo. Agora, em Vancouver, o tira-teimas.

As japonesas têm deixado uma imagem algo ambígua no actual Mundial. São a única selecção que venceu todos os encontros da prova, mas fê-lo sempre por apenas um golo de diferença. Já as americanas tiveram um percurso mais sinuoso e árduo, tendo ultrapassado um grupo difícil (composto por Suécia, Nigéria e Austrália) e eliminado a Alemanha, actual número um mundial. Para além disso, a guarda-redes Hope Solo não sofreu qualquer golo depois da primeira partida na competição, contra a Austrália.

Uma compleição física mais forte pode dar às jogadoras de Jill Ellis um ligeiro favoritismo, mas isso já sucedia em 2011 e, nessa altura, foram surpreendidas. “Não subestimamos o Japão nem por um segundo. Não ganhámos nada até agora e sabemos o que é perder uma final. E não é agradável”, afirmou Abby Wambach, que não precisou que ninguém lhe dissesse a data da final perdida para o Japão no anterior Campeonato do Mundo, prova de que esse encontro está bem presente na memória das norte-americanas e em especial desta jogadora de 35 anos, uma referência no futebol feminino dos EUA, mas que ainda não tem o desejado título mundial (o último dos dois que as yankees possuem foi em 1999).

A avançada norte-americana, que perdeu o estatuto de titular durante este Campeonato do Mundo e que já anunciou que abdicará da selecção no final do torneio, admitiu mesmo que é aquela derrota “que motiva a equipa”. “É ela que nos leva a dar aquele sprint suplementar, a lutar mais uma vez pela posse de bola. Ela está sempre presente. É o que acontece quando temos o coração ferido”, declarou a jogadora que se iniciou pouco depois dos 15 anos e que nas suas 248 internacionalizações apontou 183 golos.

Considerada este ano pela revista norte-americana Time como uma das 100 personalidades mais influentes do mundo, juntamente com figuras como Barack Obama, o Papa Francisco, Angela Merkel ou Kanye West, Abby Wambach quer mais do que os seus dois títulos olímpicos. Só que no caminho estão “apenas” as campeãs em título.