Centro comunitário em Londres parceiro do projeto Escolhas

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Público/arquivo
"É uma mais-valia para as famílias portuguesas e para os jovens em particular, que foram afectados pelo corte das verbas [do governo britânico] para projectos sociais e clubes juvenis", disse Fernanda Correia nesta segunda-feira.

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"É uma mais-valia para as famílias portuguesas e para os jovens em particular, que foram afectados pelo corte das verbas [do governo britânico] para projectos sociais e clubes juvenis", disse Fernanda Correia nesta segunda-feira.Por outro lado, acrescentou, muitas crianças e jovens portugueses e lusodescendentes não participam em actividades extracurriculares e locais por dificuldades de integração devido a questões culturais e à "barreira linguística" dos próprios e dos pais. "Ficam muito dentro da comunidade, onde as associações só oferecem como actividades futebol e o rancho folclórico", referiu.

Até agora focado no apoio a adultos com aulas de inglês e inserção profissional, o centro comunitário pretende agora apostar em preencher esta "lacuna" com actividades para crianças e jovens dos seis aos 18 anos.

Recentemente recebeu financiamento da Lotaria britânica para um projecto de criação de uma rádio "online" para raparigas dos 14 aos 17 anos com comportamentos de risco para lhes "dar voz e confiança num meio que ainda é predominantemente masculino".

O protocolo com o Governo português para  fazer parte de um projecto piloto de internacionalização do programa Escolhas, que também chegará à França e Suíça, vai permitir receber fundos para alargar os meios e a oferta.

Segundo Fernanda Correia, já foram feitos contactos com possíveis parceiros, como o departamento de crianças e jovens do município de Lambeth e a organização Kids Company.

Rita Gomes, a voluntária que está a coordenar o projecto, acredita que é possível o centro comunitário ter um papel "complementar" ao trabalho que já é feito por outras instituições.

"Queremos ser parceiros na missão de fazer que os jovens de origem portuguesa tenham um futuro e oportunidades nesta cidade fantástica que é Londres sem perderem as raízes portuguesas", vincou.

O projecto está actualmente na fase de diagnóstico, devendo a proposta ser apresentada em Outubro para começar a funcionar em Janeiro de 2016.

O programa Escolhas foi criado em 2001 para "promover a inclusão social de crianças e jovens de contextos socioeconómicos vulneráveis, visando a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão social". Até agora, todos os projectos tiveram lugar em território nacional, muitos dos quais em zonas onde se concentram descendentes de imigrantes e minorias étnicas.

Estima-se que, desde 2001, o Programa Escolhas tenha chegado a mais de 250 mil crianças e jovens participantes e financiado mais de 450 projectos promovidos por organizações locais.

Interessada em promover iniciativas deste género na comunidade, a cônsul-geral em Londres, Joana Gaspar, espera que faça "elevar ambições e ajude os jovens a interessarem-se pela vida cívica e política, como aconteceu com os lusodescendentes em França".

A internacionalização do programa Escolhas será apresentado oficialmente na sexta-feira em Londres pelo secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Pedro Lomba, e pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário.