Área plantada de milho no nível mais baixo dos últimos cinco anos

Queda do preço no mercado levou os agricultores e diversificarem culturas.

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Os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para uma área de milho que atinge os 87 mil hectares, uma queda de cerca de 11 mil hectares face a 2014 e de 15 mil hectares em relação á média dos últimos cinco anos. A superfície semeada para milho de sequeiro não chega a 10 mil hectares e a de milho de regadio fica-se pelos 88 mil hectares.

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Os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para uma área de milho que atinge os 87 mil hectares, uma queda de cerca de 11 mil hectares face a 2014 e de 15 mil hectares em relação á média dos últimos cinco anos. A superfície semeada para milho de sequeiro não chega a 10 mil hectares e a de milho de regadio fica-se pelos 88 mil hectares.

Muitos agricultores optaram este ano por não semear milho de grão porque a cotação da matéria-prima nos mercados internacionais continua em níveis muito baixos, perto dos 170 dólares por tonelada – ou seja, praticamente metade do valor a que o produto era comercializado em meados de 2012.

Mas também há muitas explorações que decidiram realizar uma diversificação de cultura para garantir o acesso dos seus activos às ajudas agrícolas comunitárias que estão relacionadas com a protecção do ambiente. O chamado greening obriga à rotação de culturas para que a terra possa descansar e recupere os níveis ideais de nutrientes.

O baixo preço pago ao produtor está, também, na origem de uma redução na área plantada de batata de regadio, que deverá ficar este ano abaixo das 20 mil toneladas, o mesmo registo de 2012.

Quadro diferente está a viver o sector do tomate para indústria, que deverá atingir este ano a maior área plantada dos últimos 30 anos. Os valores contratados entre os produtores e as suas organizações e a indústria tomateira apontam para uma superfície global de 19 mil hectares, o que representa um aumento de cerca de 10% face a 2014.

O INE assinala que “a floração foi abundante e o vingamento dos frutos decorreu com normalidade”, mas alerta que o tempo seco e quente, apesar de diminuir a pressão de algumas doenças criptogâmicas sobre a cultura, favorece o desenvolvimento da maior parte das pragas.

Para a cereja, o INE estima que a produtividade por hectare possa subir consideravelmente face a 2014 (cerca de 60%). A cultura beneficiou de condições climáticas muito favoráveis durante o mês de Maio, com vento forte que ajudou a monda dos frutos vingados – em quantidade excessiva e que poderiam pôr em causa a qualidade da colheita.

Em relação ao pêssego, a produtividade deverá crescer para um máximo histórico de 12 mil toneladas por hectare, e o rendimento unitário deverá conhecer um incremento de 5% face à campanha passada.

O ano será também de eleição nos cereais de Outono/Inverno, com a produtividade a aumentar para 2150 quilos por hectare no que toca ao trigo mole e para 2450 quilos no caso do trigo duro. Estes valores representam aumento de cerca de 5% face a 2014 e de 40% face à média dos últimos cinco anos, avança o INE.

A cevado deverá também conhecer aumentos de produtividade próximos dos 5% face a 2014 e de 47% face à média dos últimos cinco anos, enquanto na aveia os 890 quilo por hectares deverão ficar em linha com o que tinha acontecido na campanha anterior.