Ronaldo salvou a selecção do desastre na Arménia

Avançado do Real Madrid marcou os três golos no triunfo por 3-2 na qualificação para o Euro 2016. Tiago foi expulso.

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Ronaldo marcou os três golos da selecção portuguesa em Yerevan David Mdzinarishvili/Reuters

Sim, a campanha com o Euro tinha começado com uma derrota em Aveiro com a Albânia que significou o fim da era Paulo Bento e a entrada de Fernando Santos. Sim, depois da mudança foram quatro vitórias consecutivas e alguma tranquilidade posicional. Mas é justo dizer que nenhuma das vitórias foi convincente. Antes, foram todas pela margem mínima e, se não fosse Cristiano Ronaldo, a situação seria bem diferente. Dos sete golos marcados por Portugal, cinco foram do avançado do Real Madrid e todos valeram vitórias.

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Sim, a campanha com o Euro tinha começado com uma derrota em Aveiro com a Albânia que significou o fim da era Paulo Bento e a entrada de Fernando Santos. Sim, depois da mudança foram quatro vitórias consecutivas e alguma tranquilidade posicional. Mas é justo dizer que nenhuma das vitórias foi convincente. Antes, foram todas pela margem mínima e, se não fosse Cristiano Ronaldo, a situação seria bem diferente. Dos sete golos marcados por Portugal, cinco foram do avançado do Real Madrid e todos valeram vitórias.

Em Yerevan, Fernando Santos cumpria o seu último jogo de castigo afastado do banco e Ilídio Vale voltava a ter as funções de treinador de campo, isto em casa de um adversário ao qual Portugal nunca tinha ganho — dois empates em dois jogos na Arménia. A ideia inicial de Fernando Santos foi um 4x4x2 com Ronaldo e Danny na frente, apoiados nas alas por Nani e Fábio Coentrão, mais Tiago e Moutinho no meio, mas era evidente o défice no meio-campo, bem aproveitado pelos arménios, bem conduzidos por Pizzelli e, principalmente, por Mkhitaryan.

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Não se podia falar, propriamente, de superioridade da equipa da casa, mais de desinspiração portuguesa. Aos 14’, essa desinspiração foi acompanhada de desconcentração e a Arménia colocou-se em vantagem. A equipa da casa beneficiou de um livre que não parecia representar um perigo imediato. Pizzelli, o internacional arménio nascido em São Paulo que joga no Cazaquistão, viu no livre uma oportunidade de golo e, em vez de cruzar, rematou à baliza e foi feliz. Apanhou toda a defesa portuguesa, Rui Patrício incluído, distraída e fez o golo.

Portugal levou algum tempo a reagir, mas ainda conseguiu o empate antes do intervalo. João Moutinho foi carregado na área da Arménia por Mkhitaryan e, na conversão do penálti, Cristiano Ronaldo começou a deixar a sua marca no jogo. Tinham passado 29 minutos e ainda havia mais de uma hora para jogar. A selecção portuguesa podia embalar para uma vitória convincente e tranquila, mas aconteceu o contrário. Na segunda parte, houve uma mudança de estratégia de forma a reforçar o meio-campo, deixando Ronaldo como único avançado, e o que se pode dizer é que resultou. Não pelo envolvimento colectivo de Portugal, mas pelo inconformismo do seu capitão.

Aos 55’, o avançado do Real Madrid aproveita um erro de Mkoyan, avança para a baliza e, com a proximidade do guarda-redes Berezovsky, pica a bola por cima e concretiza a reviravolta. Pouco depois, aos 58’, a bola sai directamente do pé de Rui Patrício, vai ter a Ronaldo e, pouco depois, já estava no fundo da baliza arménia, fruto de um grande pontapé de fora da área. Com 3-1, a vitória tranquila estava ao alcance, mas Portugal voltou a complicar. Tiago viu o segundo cartão amarelo aos 62’, foi expulso e deixou a selecção a jogar com dez.

Ilídio Vale foi obrigado a reequilibrar a equipa com William Carvalho a entrar para o lugar de Danny. A Arménia aproveitou a superioridade numérica para investir mais no ataque e, aos 72’, reduziu mesmo para 3-2. Mkoyan foi oportuno após uma primeira defesa incompleta de Patrício e fez o golo, num lance com muitas culpas para o guarda-redes do Sporting. Adrien entrou logo a seguir para o lugar do desinspirado Coentrão e, aos 78’, os 37 anos de Ricardo Carvalho deram sinal e obrigaram à sua substituição por José Fonte.

Para os últimos minutos, a missão era aguentar e, a muito custo, foi o que aconteceu. Ronaldo, que termina a época com 66 golos, não merecia outro desfecho.