Montepio admite alterações nas isenções de horários mas nega redução de trabalhadores

Comissão de trabalhadores refere clima de pressão sobre os funcionários.

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Enric Vives-Rubio

Os esclarecimentos do Montepio surgem na sequência de uma denúncia de um trabalhador sobre um aumento no corte de isenções de horários, que estaria a afectar especialmente trabalhadores do antigo Finibanco. O trabalhador, que pediu o anonimato, referiu ainda que o corte de isenções de horário é um dos recursos para pressionar alguns trabalhadores a sair da instituição.

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Os esclarecimentos do Montepio surgem na sequência de uma denúncia de um trabalhador sobre um aumento no corte de isenções de horários, que estaria a afectar especialmente trabalhadores do antigo Finibanco. O trabalhador, que pediu o anonimato, referiu ainda que o corte de isenções de horário é um dos recursos para pressionar alguns trabalhadores a sair da instituição.

Em resposta ao PÚBLICO, o Montepio esclarece que “todos os anos ocorre um processo de revisões salariais e de carreiras, no âmbito do qual são analisadas diversas situações e promovidos ajustamentos na situação dos colaboradores”.

Sem quantificar o número de alterações ocorridas, a instituição referte que, “este ano, o procedimento foi em tudo idêntico ao dos anos anteriores”, tendo ocorrido alterações do regime do regime de isenções de horário que contemplam cessações e novas atribuições.

Sem nunca fazer referência aos trabalhadores do Finibanco, o Montepio adianta que as revisões salariais “ incidem sobre todos os colaboradores, no respeito pelas disposições legais e regulamentares em vigor (código do trabalho e acordo colectivo do sector bancário).

A instituição garantiu ainda que “o Montepio não tem em curso qualquer plano de redução do seu quadro de pessoal”.

Para além do relato do trabalhador, o PÚBLICO teve acesso a uma posição da comissão de trabalhadores, de Março, a dar conta de um clima de pressão sobre os trabalhadores. “A (in)segurança do posto de trabalho ou a utilização de debilidades individuais, designadamente por razões de saúde, são ameaças que não podem jamais ser usadas como armas de arremesso para pressionar a obtenção de resultados”.

Numa outra tomada de posição, de Janeiro, a comissão de trabalhadores questiona o modelo de fixação de objectivos institucionais, denunciando que o sistema de controlo “traz consigo uma forte coacção psicológica, demonstrando desrespeito pela dignidade dos funcionários”.