A procissão do rali português ainda vai no adro, mas, pela amostra do primeiro dia, promete corresponder às expectativas dos organizadores no que ao público diz respeito. A etapa de Lousada teve casa cheia e os pilotos gostaram do espectáculo nas bancadas. E houve até quem procurasse já conquistar o apoio dos espectadores para os próximos dias, como foi o caso do belga Thierry Neuville, que correu com uma bandeira portuguesa nas traseiras do seu Hyundai.

A procissão do rali português ainda vai no adro, mas, pela amostra do primeiro dia, promete corresponder às expectativas dos organizadores no que ao público diz respeito. A etapa de Lousada teve casa cheia e os pilotos gostaram do espectáculo nas bancadas. E houve até quem procurasse já conquistar o apoio dos espectadores para os próximos dias, como foi o caso do belga Thierry Neuville, que correu com uma bandeira portuguesa nas traseiras do seu Hyundai.

Mas a grande sensação do dia foi mesmo o jovem norueguês Mikkelsen, de 25 anos. Já o tinha sido na parte da manhã, durante o shakedown (uma espécie de prólogo do evento), realizado em Paredes, num traçado junto ao kartódromo de Baltar, onde foi o mais rápido, remetendo mais uma vez para a segunda e terceira posições os seus companheiros de equipa, o francês bicampeão e actual líder da classificação, Sébastien Ogier, e o finlandês Jari-Matti Latvala, que está a ter um arranque de temporada para esquecer.

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Depois de ter conquistado três terceiros lugares nas primeiras provas do ano (só não pontuou na última prova, disputada na Argentina), que lhe renderam, para já, a terceira posição na classificação geral, Mikkelsen parece querer um pouco mais em Portugal. E tem um trunfo para o despique em terras nacionais que pode ser valioso: pela primeira vez nesta época corre com a mesma versão do VW Polo que já tinham os seus dois colegas desde o início da época. “Não posso entender por que razão não tive este carro antes”, exclamou no final da sessão de Paredes.
Transportou depois o entusiasmo para Lousada e cumpriu a superespecial em menos 0,5s do que Ogier, o seu principal perseguidor. Sorridente, ainda dentro do veículo, elogiou este arranque do Rali de Portugal: “Bela especial de abertura, com muita gente a assistir.”

Se o dia correu bem ao norueguês, correu ainda melhor à VW, que tem os seus três pilotos na frente da corrida, como que a compensar o ocaso ocorrido no Rali da Argentina, onde Mikkelsen e Latvala desistiram e Ogier foi apenas 17.º.

Um desportista eclético
Apontado há alguns anos como uma das grandes esperanças do WRC, Mikkelsen só começou a confirmar as expectativas na temporada passada, quando terminou o campeonato na terceira posição.

Com um passado ligado ao desporto, Andreas integrou a equipa norueguesa júnior de esqui alpino e de motocross. Mas seriam os automóveis a captar a sua preferência a partir dos 17 anos, altura em que obteve a licença de condução no Reino Unido e começou a competir em provas de rali neste país. Estreou-se no WRC, em 2006, no Rali da Grã-Bretanha, e, dois anos depois, passaria a ser treinado pelo finlandês Marcus Grönholm, bicampeão mundial de ralis, que seria fundamental para o seu desenvolvimento como piloto.

Se o dia de Mikkelsen foi perfeito, o do seu compatriota Mads Ostberg, segundo classificado na geral do Mundial, foi literalmente acidentado. Logo no shakedown matinal capotou o seu Citroën a alta velocidade, mas acabou por sair ileso do susto, tal como o seu co-piloto. A equipa conseguiu reparar os danos no veículo para a superespecial de Lousada, acabando com um modesto sétimo melhor tempo, a 2,3s do líder.

As emoções do Rali de Portugal prosseguem nesta sexta-feira, agora a doer, com a primeira das três jornadas da prova, que prevê mais seis especiais em disputa, num total de 128,7km cronometrados.