Google rejeitou 74% dos pedidos de "esquecimento" feitos em Portugal

Na Europa, a maioria dos endereços removidos foram do Facebook.

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Os conteúdos são omitidos das pesquisas pelo nome da pessoa Francois Lenoir/Reuters

Um ano após a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia que obrigou o Google a criar uma página para solicitar a remoção de conteúdos, os números disponibilizados pela empresa mostram que foram rejeitados 74% dos endereços de Internet contidos em pedidos de remoção feitos a partir de Portugal. Ao todo, foram feitos 2195 pedidos, que totalizaram 8997 endereços. 

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Um ano após a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia que obrigou o Google a criar uma página para solicitar a remoção de conteúdos, os números disponibilizados pela empresa mostram que foram rejeitados 74% dos endereços de Internet contidos em pedidos de remoção feitos a partir de Portugal. Ao todo, foram feitos 2195 pedidos, que totalizaram 8997 endereços. 

A percentagem de rejeições em Portugal é superior à média europeia. Nos 27 países para que apresenta dados (que incluem países de fora da União, como a Suíça e a Islândia), o Google decidiu rejeitar a remoção de 59% dos endereços. 

O "direito ao esquecimento" foi determinado pelo Tribunal de Justiça da União Europeia, na sequência de uma queixa de um cidadão espanhol, cuja dívida à segurança social, entretanto saldada, continuava a aparecer nos resultados do motor de busca. 

Os pedidos podem ser feitos no caso de conteúdo (páginas e imagens, por exemplo) que os visados considerem ofensivo ou violador da privacidade. Quando os pedidos são aceites, os conteúdos são omitidos apenas dos resultados de pesquisas pelo nome da pessoa em causa, mas podem continuar a ser mostrados nas pesquisas feitas com outras palavras (e continuam acessíveis na Internet, uma vez que não são retirados do site onde estão). O Google avalia os pedidos com base no interesse público da informação, e procura também perceber se esta é incorrecta ou está desactualizada. Se um pedido for rejeitado, os queixosos podem recorrer à justiça.

Em termos europeus, o Facebook foi o site mais visado pelas remoções, tendo sido retirados 6805 endereços das páginas de resultados de pesquisas. Nesta lista estão ainda sites como o YouTube, o Twitter, o fórum Google Groups e o site chinês Badoo. O Google não disponibiliza esta lista para cada país.
 
Notícia corrigida: o artigo mencionava números globais. São números europeus. O "direito ao esquecimento" só se aplica a utilizadores na Europa.