Neste catálogo de móveis fala-se de crimes que acontecem em casa

Nova campanha de sensibilização contra a violência doméstica. “Os números neste catálogo precisam de diminuir até 2016", diz-se.

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E prossegue: página 6, objectos femininos. “A mulher é a maior vítima de violência doméstica. E o perfil desta mulher encaixa-se no perfil de muitas pessoas conhecidas e amadas por si: mãe, casada, independente financeiramente.” Página 9: conjunto de facas de cozinha. “Como regra geral, o agressor sempre planeia o crime e tem plena consciência dos seus actos.” Em vez do preço, aparece um número junto às facas: “37% das mulheres são mortas pelos seus parceiros com armas brancas.”

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E prossegue: página 6, objectos femininos. “A mulher é a maior vítima de violência doméstica. E o perfil desta mulher encaixa-se no perfil de muitas pessoas conhecidas e amadas por si: mãe, casada, independente financeiramente.” Página 9: conjunto de facas de cozinha. “Como regra geral, o agressor sempre planeia o crime e tem plena consciência dos seus actos.” Em vez do preço, aparece um número junto às facas: “37% das mulheres são mortas pelos seus parceiros com armas brancas.”

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) lançou este mês uma nova campanha de sensibilização contra a violência doméstica. Desenvolvida pela agência FCB Lisboa, a ideia é que chegue por correio a alguns lares portugueses em forma de catálogo. O catálogo chama-se Home — “É um catálogo para folhear de olhos bem abertos, para acordar consciências”, lê-se no comunicado de lançamento da campanha.

A partir da página 14, móveis para crianças: “24 crianças viram a própria mãe ser morta pelo parceiro e não puderam pedir socorro a ninguém.”

A APAV recolheu dados estatísticos referentes a 2014, ano em que morreram 48 pessoas no âmbito da violência doméstica em Portugal. Na capa do catálogo, uma nota de rodapé: “Os números neste catálogo precisam de diminuir até 2016.”

“O foco da campanha nos espaços comuns do interior de uma casa de família e em objectos do quotidiano chama a atenção para a proximidade do problema”, explica o comunicado da associação.

A APAV, através da sua rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da Linha de Apoio à Vítima (116 006), presta apoio jurídico, psicológico, emocional e social a pessoas vítimas de crime.