Belmiro de Azevedo sai oficialmente da administração da Sonae

Gestor de 77 anos entrou para a empresa em 1965.

Foto
Belmiro de Azevedo, fotografado em 2013 Nelson Garrido

Em Março, o empresário, que já deixara antes as funções executivas, anunciou a saída de todos os cargos de direcção das empresas do grupo Sonae (dono do PÚBLICO). O testemunho seria passado ao filho, Paulo de Azevedo, que já é desde 2007 o presidente executivo da Sonae SGPS.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Em Março, o empresário, que já deixara antes as funções executivas, anunciou a saída de todos os cargos de direcção das empresas do grupo Sonae (dono do PÚBLICO). O testemunho seria passado ao filho, Paulo de Azevedo, que já é desde 2007 o presidente executivo da Sonae SGPS.

Na sequência da assembleia geral de accionistas que decorreu esta manhã, Paulo de Azevedo assumirá o cargo de presidente não executivo do conselho de administração e partilhará a presidência executiva com Ângelo Paupério, gestor de longa data no grupo.

No mês passado, na cerimónia privada na Maia em que anunciou a saída, Belmiro de Azevedo, de 77 anos, disse que dedicaria parte do seu tempo à dinamização de um think tank na área da educação, bem como a actividades do sector primário – a plantação de kiwis tem sido um das áreas de aposta do empresário nos últimos anos.

Durante os cinquenta anos de Belmiro na Sonae, a empresa evoluiu do sector de aglomerados de madeira para vários sectores de actividade, e teve uma presença marcante no país. O ponto de viragem deu-se a meio da década de 1980, com a abertura do primeiro hipermercado Continente, em Matosinhos. Foi o pontapé de partida para a construção de uma cadeia de super e hipermercados e para o investimento em centros comerciais, como o Colombo, em Lisboa. 

No final daquela década viria a fundar o PÚBLICO e, mais tarde, a lançar a operadora Optimus, que entretanto se fundiu com a Zon, dando origem à Nos. Neste sector, a presença da Sonae foi marcada pela tentativa de OPA sobre a PT, uma operação financeira de enormes dimensões, que acabou por sair gorada.

Há dois anos, numa entrevista ao PÚBLICO, Belmiro de Azevedo foi questionado sobre o futuro da empresa. “Enquanto eu for vivo, estarei atento. Do outro lado, já não sei... Mas acho, e esta é a minha opinião, que a sucessão da Sonae foi a mais bem planeada que houve em Portugal”, respondeu.