Carros novos vão chamar automaticamente o 112 a partir de 2018

Sistema "eCall" foi aprovado pelo Parlamento Europeu nesta terça-feira.

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Por ano, morrem cerca de 26.000 pessoas em acidentes de automóvel na União Europeia Manuel Roberto

O eCall é accionado sempre que há um choque. O equipamento envia directamente para o Serviço de Emergência Europeu 112 informações como a localização da viatura, o sentido da marcha, o número de pessoas a bordo e os cintos de segurança utilizados.

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O eCall é accionado sempre que há um choque. O equipamento envia directamente para o Serviço de Emergência Europeu 112 informações como a localização da viatura, o sentido da marcha, o número de pessoas a bordo e os cintos de segurança utilizados.

Na prática, funciona como se fosse uma chamada para o 112. Mas a transmissão é automática, mesmo que os ocupantes estejam inconscientes. Como alternativa, o equipamento também pode ser accionado manualmente.

O objectivo é encurtar em 40 a 50% o tempo de resposta dos serviços de emergência e evitar 2500 mortes anuais nas estradas. Por ano, morrem cerca de 26.000 pessoas em acidentes de automóvel na União Europeia.

“O eCall é algo que o Parlamento Europeu vem pedindo desde 2003”, disse o eurodeputado português Carlos Coelho, que representou o grupo do Partido Popular Europeu nas negociações com os governos nessa matéria.

A ideia de tal sistema levantou dúvidas em relação à protecção de dados pessoais dos condutores. A solução encontrada foi garantir, na legislação, que os veículos não sejam rastreáveis através do sistema e que só se guardem as suas últimas três posições, de modo a permitir que se saiba em que direcção segue.

Equipamentos semelhantes já estão disponíveis em automóveis à venda nalguns países, como nos Estados Unidos. A General Motors, por exemplo, comercializa o serviço de segurança OnStar, com base numa assinatura mensal ou anual. Outras marcas, como a Mercedes-Benz, incorporam nalguns modelos equipamentos que tentam minimizar o risco de acidentes ou reduzir a sua severidade.

O jornalista viajou a Estrasburgo a convite do Parlamento Europeu