S.O.S. Rio Paiva preocupada com passadiço

Estrutura terá oito quilómetros de extensão e metade é inaugurada dentro de dias

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Adriano Miranda

Em comunicado, a associação ambientalista admite que a construção dos oito quilómetros de passadiços ao longo do rio Paiva “pode trazer alguns benefícios para o concelho de Arouca e possibilitar a visualização de paisagens únicas do Paiva”, mas alerta para o facto de “o significativo alargamento das áreas de lazer nas margens do rio” ser algo que “contraria a indicação do Plano Sectorial da Rede Natura 2000”. Além disso, refere a associação: “A abertura ao público desta vasta zona, onde nunca existiram caminhos, poderá ter impacto na biodiversidade (fauna e flora) uma vez que é um local de refúgio para várias espécies sensíveis. Acrescente-se o aumento do risco de acidentes e o risco de incêndios nesta vasta e íngreme área, bem como o provável aumento da proliferação de espécies invasoras (nomeadamente acácias) e a disseminação de resíduos nas margens do rio”.

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Em comunicado, a associação ambientalista admite que a construção dos oito quilómetros de passadiços ao longo do rio Paiva “pode trazer alguns benefícios para o concelho de Arouca e possibilitar a visualização de paisagens únicas do Paiva”, mas alerta para o facto de “o significativo alargamento das áreas de lazer nas margens do rio” ser algo que “contraria a indicação do Plano Sectorial da Rede Natura 2000”. Além disso, refere a associação: “A abertura ao público desta vasta zona, onde nunca existiram caminhos, poderá ter impacto na biodiversidade (fauna e flora) uma vez que é um local de refúgio para várias espécies sensíveis. Acrescente-se o aumento do risco de acidentes e o risco de incêndios nesta vasta e íngreme área, bem como o provável aumento da proliferação de espécies invasoras (nomeadamente acácias) e a disseminação de resíduos nas margens do rio”.

A S.O.S. Rio Paiva alerta, por isso, para “a necessidade de concretização de um plano de gestão local que possa minimizar os impactos negativos da inclusão de visitantes nesta área, bem como sensibilização para o cumprimento das boas práticas de uso”. E lamenta que o pedido feito em 2010, para que fosse dada prioridade à “identificação e eliminação de focos de poluição no rio” tenha sido “ignorado pelos municípios de Arouca, Castro Daire e Vila Nova de Paiva”. O resultado, diz, é a continuação de problemas como o que diz ter acontecido na passada quarta-feira. “No dia 8 de Abril de 2015, uma nova descarga poluente de grande dimensão, que suspeitamos ter origem nas ETAR do concelho de Castro Daire, era visível ao longo de vários quilómetros do rio, incluindo na zona onde estão a ser construídos os passadiços”, lê-se no comunicado.

Metade dos oito quilómetros de passadiços projectados para a zona deverá ser inaugurada antes do dia 25 de Abril, a tempo do Paivafest.