Shell compra BG Group por 64 mil milhões de euros

Analistas dizem que maior negócio da década no sector petrolífero pode dar início a um novo movimento de consolidação.

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Carl Court/AFP(Arquivo)

Este poderá ser o princípio de um novo movimento de consolidação no sector, tendo em conta os desafios que as empresas têm enfrentado nos últimos meses com a descida dos preços do petróleo, dizem alguns analistas. “Podemos vir a assistir a outras aquisições nas próximas semanas ou meses”, disse à Reuters o corretor do Saxo Bank, Andrea Tueni. “De uma forma geral, a onda de fusões e aquisições que se tem espalhado por vários sectores é positiva para o mercado”, acrescentou.

As acções das companhias do sector energético, afectado pela descida dos lucros e por planos de redução de custos que obrigaram a despedimentos e cancelamento de projectos, reagiram em alta ao negócio e os títulos do BG Group chegaram a subir 37%. Já os da Shell reagiram em sinal contrário, tendo em conta que a petrolífera se propõe pagar um prémio de 50% face à cotação de fecho do BG Group na passada quinta-feira.

Em Lisboa, a Galp não foi excepção ao bom comportamento do sector. A Galp liderou as subidas do PSI 20, com uma valorização de 6,23%, para 11,59 euros. Durante a manhã, os títulos da petrolífera portuguesa chegaram a valorizar mais de 10% e a valer 12,05 euros, com alguns analistas a recordarem que o BG Group é parceiro da petrolífera portuguesa nos investimentos do pré-sal brasileiro. “O negócio Shell-BG vem recordar que a Galp tem alguns dos mais valiosos activos da indústria”, escreve a UBS numa nota de research desta quarta-feira.

O negócio será o maior de sempre da Shell, diz a Reuters. Até à data, a maior transacção da empresa liderada por Ben van Beurden tinha sido a compra de uma posição de 22% que ainda não detinha na Shell Canada por sete mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros).

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Este poderá ser o princípio de um novo movimento de consolidação no sector, tendo em conta os desafios que as empresas têm enfrentado nos últimos meses com a descida dos preços do petróleo, dizem alguns analistas. “Podemos vir a assistir a outras aquisições nas próximas semanas ou meses”, disse à Reuters o corretor do Saxo Bank, Andrea Tueni. “De uma forma geral, a onda de fusões e aquisições que se tem espalhado por vários sectores é positiva para o mercado”, acrescentou.

As acções das companhias do sector energético, afectado pela descida dos lucros e por planos de redução de custos que obrigaram a despedimentos e cancelamento de projectos, reagiram em alta ao negócio e os títulos do BG Group chegaram a subir 37%. Já os da Shell reagiram em sinal contrário, tendo em conta que a petrolífera se propõe pagar um prémio de 50% face à cotação de fecho do BG Group na passada quinta-feira.

Em Lisboa, a Galp não foi excepção ao bom comportamento do sector. A Galp liderou as subidas do PSI 20, com uma valorização de 6,23%, para 11,59 euros. Durante a manhã, os títulos da petrolífera portuguesa chegaram a valorizar mais de 10% e a valer 12,05 euros, com alguns analistas a recordarem que o BG Group é parceiro da petrolífera portuguesa nos investimentos do pré-sal brasileiro. “O negócio Shell-BG vem recordar que a Galp tem alguns dos mais valiosos activos da indústria”, escreve a UBS numa nota de research desta quarta-feira.

O negócio será o maior de sempre da Shell, diz a Reuters. Até à data, a maior transacção da empresa liderada por Ben van Beurden tinha sido a compra de uma posição de 22% que ainda não detinha na Shell Canada por sete mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros).

O BG Group fez parte da empresa estatal British Gas, que foi privatizada por Margaret Tatcher na década de 80. Hoje é um dos maiores produtores mundiais de gás natural liquefeito (LNG, na sigla em inglês) e, com a sua aquisição, a Shell passará a ser líder de mercado, diz a Bloomberg.

A agência recorda também que a empresa anglo-holandesa foi pioneira no processo de liquidificação de gás para transporte em navios e tem, tal como a rival norte-americana Chevron, apostado neste segmento com a convicção de que a procura por LNG irá crescer nos próximo anos, principalmente entre as economias emergentes que irão procurar alternativas mais limpas a fontes de energia como o carvão.

Com a compra do BG Group, a Shell garante também presença nos projectos do pré-sal brasileiro (o BG Group tem 25% do consócio que explora o Bloco BM-S 11, na bacia de Santos, o mesmo em que a Galp detém uma posição de 10%), consolida a posição nos projectos de exploração de gás na Austrália e perfila-se como um operador forte num momento em que os Estados Unidos deverão começar a exportar LNG.

A Shell prometeu aos seus accionistas que nos próximos anos vai cortar custos em cerca de 2,5 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros), encaixar pelo menos 30 mil milhões de dólares (27,5 mil milhões de euros) com a venda de activos e pôr em marca um programa de recompra de acções entre 2017 e 2020 no montante de 25 mil milhões de dólares (22,9 mil milhões de euros).

O últimos dois negócios desta dimensão ocorreram em 1998, ano em que se deu a fusão da Exxon com a Mobil, avaliada em 73 mil milhões de dólares, e a compra da Amoco pela BP, por 48,2 mil milhões.