O PS e as más notícias

O PS tem de nos dar más notícias. Ansiamos por elas.

Nos dias atuais, de vincada crise internacional, sempre agravada pela incerteza do percurso e pelas dificuldades acrescidas de os Estados (a maioria) pouco dominarem as verdadeiras sedes de poder, é apenas exigível aos partidos políticos que estabeleçam metas credíveis e viáveis e nos indiquem, com meridiana clareza, a forma de as alcançar. Pouco mais se pode exigir hoje a quem quer decidir sabendo que não decide, a quem quer mandar sabendo que pode dispor de autoridade legítima, mas de escassos poderes efetivos, que não seja falar claro, porque as redes de poder são cada vez mais difíceis de compreender. Clareza que deve ser sinónimo de verdade e de realismo.

Por isso, esperamos sempre de quem nos governa (se é que governa) e de quem nos quer governar, essa clareza que é cada vez mais requisito indispensável para a manutenção da confiança entre eleitos e eleitores. Por isso, esperamos, há tempo demasiado, que o Partido Socialista e a sua liderança nos comecem a dar más notícias, ainda que em doses homeopáticas.

O eleitorado precisa dessas más notícias.

Deve exigi-las.

Porque tem sido exemplar no cumprimento das duríssimas medidas que têm sido implementadas por quem afirmou e prometeu em campanha eleitoral coisa substantivamente diferente. E porque o eleitorado sabe que não há amanhãs que cantam. E que se os houver não são amanhã. Por isso, o exemplo francês pode guiar o Partido Socialista a dizer agora muito precisamente a que se compromete. Dispensamos os programas eleitorais elaborados quase sempre pelos mesmos iluminados, mas não dispensamos a resposta a um questionário que pergunte por medidas concretas e seja assinado com uma declaração de compromisso de honra que ateste o seu cumprimento futuro. O PS reporá os subsídios e os níveis de vencimento de 2010/2011? Baixará o nível insustentável da tributação? Todos, verdadeiramente todos, sabemos a resposta a esta questão. O PS conquistará mais facilmente parte do eleitorado indeciso se a sua liderança – agora e nos tempos mais próximos – nos responder com a resposta que todos sabemos que é a real.

O PS tem de nos dar más notícias.

Ansiamos por elas.

Queremos ouvi-las. O PS não deve ter medo de as dar. Se as não der fica prisioneiro das ilusões que criou. E hoje viver na ilusão é algo que nem a homeopatia consegue tratar.

Venham as más notícias.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Nos dias atuais, de vincada crise internacional, sempre agravada pela incerteza do percurso e pelas dificuldades acrescidas de os Estados (a maioria) pouco dominarem as verdadeiras sedes de poder, é apenas exigível aos partidos políticos que estabeleçam metas credíveis e viáveis e nos indiquem, com meridiana clareza, a forma de as alcançar. Pouco mais se pode exigir hoje a quem quer decidir sabendo que não decide, a quem quer mandar sabendo que pode dispor de autoridade legítima, mas de escassos poderes efetivos, que não seja falar claro, porque as redes de poder são cada vez mais difíceis de compreender. Clareza que deve ser sinónimo de verdade e de realismo.

Por isso, esperamos sempre de quem nos governa (se é que governa) e de quem nos quer governar, essa clareza que é cada vez mais requisito indispensável para a manutenção da confiança entre eleitos e eleitores. Por isso, esperamos, há tempo demasiado, que o Partido Socialista e a sua liderança nos comecem a dar más notícias, ainda que em doses homeopáticas.

O eleitorado precisa dessas más notícias.

Deve exigi-las.

Porque tem sido exemplar no cumprimento das duríssimas medidas que têm sido implementadas por quem afirmou e prometeu em campanha eleitoral coisa substantivamente diferente. E porque o eleitorado sabe que não há amanhãs que cantam. E que se os houver não são amanhã. Por isso, o exemplo francês pode guiar o Partido Socialista a dizer agora muito precisamente a que se compromete. Dispensamos os programas eleitorais elaborados quase sempre pelos mesmos iluminados, mas não dispensamos a resposta a um questionário que pergunte por medidas concretas e seja assinado com uma declaração de compromisso de honra que ateste o seu cumprimento futuro. O PS reporá os subsídios e os níveis de vencimento de 2010/2011? Baixará o nível insustentável da tributação? Todos, verdadeiramente todos, sabemos a resposta a esta questão. O PS conquistará mais facilmente parte do eleitorado indeciso se a sua liderança – agora e nos tempos mais próximos – nos responder com a resposta que todos sabemos que é a real.

O PS tem de nos dar más notícias.

Ansiamos por elas.

Queremos ouvi-las. O PS não deve ter medo de as dar. Se as não der fica prisioneiro das ilusões que criou. E hoje viver na ilusão é algo que nem a homeopatia consegue tratar.

Venham as más notícias.