Ministra das Finanças critica "facilitismo" e "repetição de erros" nos últimos 40 anos

Foto
Oposição tem criticado o tempo que Maria Luís Albuquerque demorou até tomar o assunto em mãos enric vives-rubio

“Em menos de quatro décadas, Portugal executou três programas de ajustamento. Contudo, em vez de valorizar os resultados alcançados com um decisivo e intenso esforço colectivo em tempos de crise, mantendo essa mesma determinação nos períodos pós-programa, cedemos antes ao facilitismo dos tempos melhores, acabando por repetir os mesmos erros sucessivamente”, criticou Maria Luís Albuquerque.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Em menos de quatro décadas, Portugal executou três programas de ajustamento. Contudo, em vez de valorizar os resultados alcançados com um decisivo e intenso esforço colectivo em tempos de crise, mantendo essa mesma determinação nos períodos pós-programa, cedemos antes ao facilitismo dos tempos melhores, acabando por repetir os mesmos erros sucessivamente”, criticou Maria Luís Albuquerque.

Falando na sessão de encerramento da conferência “Futuro de Portugal”, a ministra defendeu que “a importância de prosseguir o ajustamento está presente”, apesar da recuperação económica, uma vez que os níveis de dívida pública e privada são ainda elevados e que “o potencial de mais reformas é ainda grande”.

“À medida que as condições económicas melhoram, e que a margem de manobra política aumenta, as restrições de outrora parecerão cada vez mais distantes e cada vez menos condicionantes”, disse a governante, considerando que este é, por isso, “um momento decisivo”.

“Hoje, e depois de programa particularmente difícil, no contexto dos desafios e da participação no euro, temos o dever de tomar responsabilidade como imperativo. Responsabilidade na gestão das contas públicas, pois na origem de todos os programas esteve a incapacidade do Estado em obter financiamento”, defendeu.

A ministra não quis falar aos jornalistas no final da conferência o Futuro de Portugal, onde participaram professores académicos, economistas e políticos, numa homenagem póstuma ao economista António Borges, que faleceu em Agosto de 2013.