“Sim, sou velho. E qual é o problema?”

Stanko Poklepovic acabou de assumir o comando técnico do Hajduk Split e é o técnico mais velho em actividade nas primeiras divisões do futebol europeu.

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Stanko Poklepovic está a cumprir a quarta etapa como treinador do Hajduk Split NIKOLA SOLIC/REUTER

Esta é mais uma etapa na longuíssima carreira de Poklepovic, que começou a ser treinador em 1969 no RNK Split, depois de ter sido jogador do clube durante 14 anos. O veterano técnico vai cumprir a sua quarta passagem pelo Hajduk, que já tinha sido o seu último emprego, uma passagem curta em 2010 que ainda deu para vencer a Taça da Croácia. Antes, esteve lá em dois períodos, entre 1984 e 1986, e entre 1991 e 1993. Nunca foi campeão da Jugoslávia (o melhor que conseguiu foi um segundo lugar, atrás do FK Sarajevo em 1985), mas foi ele o primeiro treinador campeão da Croácia pós-independência, em 1992.

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Esta é mais uma etapa na longuíssima carreira de Poklepovic, que começou a ser treinador em 1969 no RNK Split, depois de ter sido jogador do clube durante 14 anos. O veterano técnico vai cumprir a sua quarta passagem pelo Hajduk, que já tinha sido o seu último emprego, uma passagem curta em 2010 que ainda deu para vencer a Taça da Croácia. Antes, esteve lá em dois períodos, entre 1984 e 1986, e entre 1991 e 1993. Nunca foi campeão da Jugoslávia (o melhor que conseguiu foi um segundo lugar, atrás do FK Sarajevo em 1985), mas foi ele o primeiro treinador campeão da Croácia pós-independência, em 1992.

Numa carreira que já leva 46 anos, Poklepovic já passou por 12 clubes diferentes e orientou duas selecções (Croácia e Irão). Treinou clubes de quase todas as antigas repúblicas da federação jugoslava, passando ainda por equipas iranianas (Persepolis, Sepahan e Damash), uma húngara (Ferencvaros) e uma cipriota (APOEL Nicósia) - pelo Persepolis foi duas vezes campeão iraniano. Ele foi o primeiro seleccionador do seu país, após este ter sido integrado na FIFA (fez quatro jogos particulares) e esteve na génese daquela que é considerada, até hoje, a geração de ouro do futebol croata, com jogadores como Boban, Suker ou Jarni.

Apesar da sua vocação itinerante, é no Hajduk, equipa da sua cidade natal, que se sente em casa e terá como missão elevar o segundo maior clube da Croácia (apenas perde em títulos para o Dínamo de Zagreb) do discreto quarto lugar que actualmente ocupa. “É como se nunca tivesse saído. Tudo é familiar e eu adoro este emprego. Mas eu não sou alguém que usa palavras vazias como ‘Vamos fazer o nosso melhor’. Eu quero resultados imediatamente. Não precisamos de meses para melhorar”, alertou.

Poklepovic pode ter começado a treinar ainda nos anos 1960, mas não considera isto como um handicap e dá como exemplo Miroslav Blazevic, o antigo seleccionador da Bósnia, de 80 anos, que até há um mês estava à frente do Zadar, uma equipa croata. “Sim, sou velho. E qual é o problema, Olhem para o Ciro [Blazevic], ele é um deus do futebol. É preciso que os novos aprendam connosco, os mais velhos. Para mim, é altura de passar os meus conhecimentos, mas também estou atento às novas tendências. Estou atento a tudo. Este último Mundial ensinou-me muito. Tenho muitos jogadores jovens e acredito que posso melhorá-los”, considera Poklepovic, citado pelo site da UEFA.

Dos considerados cinco maiores campeonatos da Europa (Alemanha, Inglaterra, Itália, França e Espanha), vem da Série A o treinador que mais se aproxima da longevidade do croata. Giampero Ventura tem 67 anos e uma longa carreira sempre no futebol italiano, comandando o Torino desde 2011. Na Premier League, o técnico mais velho é Arséne Wenger (Arsenal, 65 anos), posto que passou a ocupar desde a retirada de Alex Ferguson em 2013 (fechou a sua carreira no Manchester com 72 anos). Nas primeiras divisões de Alemanha e França os treinadores mais velhos têm ambos 61 anos, Huub Stevens (Estugarda) e Rolland Courbis (Montpellier), enquanto o ténico do Real Madrid Carlo Ancelotti (55) é o mais velho liga espanhola.

Poklepovic é a pessoa ideal para falar da evolução do futebol ao longo das últimas quatro décadas e das mudanças que foram ocorrendo: “Antigamente, as equipas jogavam mais abertas. Agora há muitos jogadores metidos em espaços reduzidos e joga-se em velocidade máxima. Se não for assim, não vale a pena.”