Cáritas apela a mais justiça social na "família humana"

Peditório nacional decorrerá de quinta-feira a domingo nas ruas das várias cidades do país.

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Eugénio Fonseca, presidente da rede nacional da Cáritas, pede reforço do sentimento de solidariedade Enric Vives-Rubio

Não é uma novidade. Ano após ano, a Cáritas Portuguesa organiza uma semana. Desta vez, como explicou ao PÚBLICO Eugénio Fonseca, presidente da rede nacional da Cáritas, a ideia é, num esforço colectivo, "congregar sinergias para que a fome seja erradicada" do território nacional.

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Não é uma novidade. Ano após ano, a Cáritas Portuguesa organiza uma semana. Desta vez, como explicou ao PÚBLICO Eugénio Fonseca, presidente da rede nacional da Cáritas, a ideia é, num esforço colectivo, "congregar sinergias para que a fome seja erradicada" do território nacional.

“Queremos reforçar a consciência de que cada cidadão e cidadã deve ter de que não vive sem os outros”, disse. “Todos sabemos a que é que nos tem conduzido a ideia contrária”, prosseguiu, numa alusão à crise financeira, economia e social que assola Portugal e outros países.

Ao longo da semana, que se estende até 8 de Março, haverá conferências, exposições e outras iniciativas destinadas a reforçar os sentimentos de solidariedade e de justiça social. “Ter abertura ao outro não é só ser solidário, é também exigir justiça social, devolvendo ao outro membro da família humana aquilo que lhe pertence”, salientou. “Quando um tem a mais, outro tem a menos. As pessoas que nunca poderão conseguir qualquer bem-estar se à sua volta houver gente que não tem o indispensável para poder beneficiar do mínimo de bem-estar a que tem direito”.

Entre a próxima quinta-feira e domingo, decorrerá o habitual peditório público nas ruas das diversas cidades do país. No dia 8, os ofertórios das missas reverterão para a rede nacional da Cáritas. É uma importante receita da organização dedicada à actividade pastoral da Igreja Católica. Segundo a organização, no ano passado, apesar das dificuldades económicas, angariou 327.957,65 euros.

As receitas conseguidas com a consignação do IRS têm sido uma ferramenta importante para as ONG e associações de apoio humanitário. Diversas organizações começaram a fazer campanha a solicitar que, na altura de preencher o IRS, os cidadãos lhe destinem 0,5 do imposto.

O donativo não tem qualquer custo adicional para os contribuintes. Diz respeito ao IRS já liquidado, que fica em poder do Estado caso não seja canalizado para alguma organização não governamental. Basta assinalar no quadro 9 do anexo H da declaração o número de contribuinte da organização.

No ano passado, por exemplo a UNICEF (500 883 823) lançou uma campanha a informar os contribuintes desta possibilidade. Este ano, como em anos anteriores, já o estão a fazer outras, como a AMI-Assistência Médica Internacional (502744910) e a União de Mulheres Alternativa e Resposta (501 056 246).