Banif reduz prejuízo para 295 milhões em 2014

Exposição ao Grupo Espírito Santo teve um impacto negativo de 80,4 milhões de euros.

Foto
Filipe Arruda

"Este valor foi fortemente penalizado pelo resultado líquido registado no quarto trimestre de 2014, no montante de -140,5 milhões de euros, que inclui factores relacionados com a actividade não corrente que ascenderam a -163,4 milhões de euros", lê-se no comunicado divulgado pelo Banif.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

"Este valor foi fortemente penalizado pelo resultado líquido registado no quarto trimestre de 2014, no montante de -140,5 milhões de euros, que inclui factores relacionados com a actividade não corrente que ascenderam a -163,4 milhões de euros", lê-se no comunicado divulgado pelo Banif.

Dentro destes resultados não recorrentes, destacam-se as perdas em activos imobiliários, que ascenderam a -135,5 milhões de euros. Seguem-se-lhes a imparidade relativa à exposição ao Grupo Espírito Santo (GES), de 80,4 milhões de euros, a desvalorização na participação FINPRO (-30,5 milhões de euros) e os custos de reestruturação (-28,8 milhões de euros).

Pela positiva, nota para o lucro de 3,5 milhões de euros obtido pelo Banif em operações de venda de dívida pública portuguesa, que também integra a lista dos resultados não recorrentes.

No que toca à actividade, o banco apontou para a "recuperação acentuada do produto bancário", que cresceu 48% em termos homólogos para 208 milhões de euros, "em resultado da melhoria da margem financeira, das comissões líquidas e dos resultados em operações financeiras". A margem financeira subiu 3,2%, para 84,5 milhões de euros

Quanto aos custos, houve um recuo de 4,7% face a 2013, para 202,3 milhões de euros, em virtude da racionalização da estrutura do banco. "Excluindo os custos relacionados com o programa de rescisões por mútuo acordo, os custos de estrutura diminuíram 10,5% (-20,3 milhões de euros), realçou a instituição financeira.

O banco salientou ainda a "melhoria significativa do resultado operacional", que se fixou em 5,7 milhões de euros positivos em 2014, valor que compara com os -71,6 milhões de euros do ano anterior. "Esta evolução reflecte a recuperação do produto bancário e a redução dos custos de estrutura", sublinhou o Banif.

O Banif apontou também para "a evolução favorável na imparidade de crédito, que recuou 124,1 milhões de euros face a 2013", para 171,8 milhões de euros. E explicou que, excluindo a imparidade não recorrente relacionada com a exposição ao GES, a imparidade de crédito situou-se em cerca de 31% da registada em 2013 (passando de 295,9 milhões de euros para 91,8 milhões de euros), representando cerca de 1% do crédito bruto médio concedido.

O banco assinalou ainda a melhoria do rácio de transformação de depósitos em crédito, que se situou nos 105,5% no final do ano passado, quando atingia os 126,4% em Dezembro de 2013. O rácio common equity tier 1 do Banif estava no final de 2014 nos 8,4% (de acordo com o regime transitório para as novas regras europeias).

Menos 463 trabalhadores
No ano passado, o Banif acelerou a execução das medidas previstas no seu plano de reestruturação, tendo reduzido o quadro de pessoal em 463 funcionários e fechado 72 balcões no ano passado, informou o banco. "No âmbito do processo de transformação em curso, o ano de 2014 foi caracterizado pela forte aceleração das medidas previstas no plano de reestruturação, nomeadamente, através da antecipação dos planos de encerramento de agências e de reorganização dos serviços centrais e estruturas intermédias comerciais", indicou a instituição.

O Banif realçou que "apesar do impacto negativo em termos de custos de reestruturação registados em 2014, estas medidas foram consideradas críticas no sentido de possibilitar o reajustamento do modelo de negócio do banco, tendo em conta o actual enquadramento regulamentar e económico, e que se irá consubstanciar no reforço de reduções de custos a partir de 2015, inclusive". No que respeita ao número de agências bancárias em Portugal, registou-se uma diminuição de 72 agências entre Dezembro de 2013 e Dezembro de 2014.

Já no que toca ao seu quadro de pessoal, o número de colaboradores do grupo em Dezembro de 2014 situou-se nos 2733 trabalhadores, número que compara com 3.196 funcionários em Dezembro de 2013, ou seja, uma redução homóloga de 14,5%. Ao nível do Banif S.A., isto é, a actividade doméstica do banco, a redução foi ainda mais significativa, tendo terminado o ano de 2014 com 1.935 colaboradores, face aos 2.328 que apresentava em Dezembro de 2013, ou seja, uma redução de 17%. "Para a concretização deste objectivo foi fundamental a operacionalização de um programa de rescisões voluntárias, pré-reformas e reformas antecipadas que envolveu cerca de 400 colaboradores", destacou o banco