Nem os serviços de lavandaria resistiram no Parma

Jogadores, que vão deslocar-se nas viaturas pessoais até Génova, para o próximo jogo, poderão ter de lavar os equipamentos em casa.

Foto
Alessandro Lucarelli, num jogo com a Roma Reuters

“Novidades? A única novidade é que a lavandaria já não recolhe a roupa. Pode acontecer que, a partir de agora, tenhamos de lavar as camisolas e os calções em casa”, revelava Alessandro Lucarelli, capitão do Parma, à saída da cidade desportiva.
A bola de neve que atingiu um dos históricos do futebol italiano não tem parado de engordar. Aos sete meses de salários em atraso seguiu-se o adiamento do jogo da passada jornada, frente à Udinese, por falta de liquidez para assegurar o policiamento no estádio, a penhora de diversos bens (desde veículos a equipamento de musculação, passando pelo mobiliário) e a ameaça de a equipa falhar a deslocação a Génova, no fim-de-semana.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Novidades? A única novidade é que a lavandaria já não recolhe a roupa. Pode acontecer que, a partir de agora, tenhamos de lavar as camisolas e os calções em casa”, revelava Alessandro Lucarelli, capitão do Parma, à saída da cidade desportiva.
A bola de neve que atingiu um dos históricos do futebol italiano não tem parado de engordar. Aos sete meses de salários em atraso seguiu-se o adiamento do jogo da passada jornada, frente à Udinese, por falta de liquidez para assegurar o policiamento no estádio, a penhora de diversos bens (desde veículos a equipamento de musculação, passando pelo mobiliário) e a ameaça de a equipa falhar a deslocação a Génova, no fim-de-semana.

“No domingo, haverá jogo”, garante Gianpietro Manenti, o último dos cinco presidentes que já se sentaram na cadeira do poder nos últimos sete meses. Em princípio haverá jogo, sim, porque os jogadores do Parma já se ofereceram para se deslocarem nas viaturas pessoais e porque o presidente do Génova, o empresário Enrico Preziosi, já disponibilizou alojamento num dos seus hotéis, assim os adversários o queiram.

Os dias são de indefinição, mas, mesmo num quadro de caos organizativo e horizontes cinzentos, Manenti mantém o optimismo. “As coisas começarão a melhorar a partir de segunda-feira. O Parma é solvente. Se temos dinheiro? Claro, senão não teríamos avançado. Vamos pôr em marcha um plano para salvar o clube”, assinala.

Não tem sido fácil acreditar em promessas nos últimos meses. As dificuldades amontoam-se e os desabafos também. “Cheguei à conclusão de que estávamos no Titanic. Lá em cima, era tudo de primeira classe, brilhante, mas depois havia o segundo e o terceiro pisos. Sempre achei que nos afundaríamos com o primeiro obstáculo em que batêssemos e o icebergue foi o licenciamento da UEFA”, aponta Sandro Melli, director desportivo do Parma, em declarações ao Corriere dello Sport.

No dia 19 de Março, a direcção do Parma responde na procuradoria-geral a um pedido de insolvência feito pelo município, sendo que a grande prioridade dos jogadores e demais funcionários é receberem as verbas em atraso. Da parte dos adversários, o clube recebeu nesta quinta-feira uma manifestação de solidariedade, tendo ficado decidido que os jogadores entrarão nos jogos do fim-de-semana, na Série A, com 15 minutos de atraso. “Urge iniciar uma reflexão séria sobre as normas de inscrição nos campeonatos”, aponta a Associação Italiana de Futebolistas (AIC).