O mês amarelo
Felizmente as coisas perigosas podem ser lindas, assim como as coisas saudáveis podem ser feias.
Paramos para admirar o fulgor.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Paramos para admirar o fulgor.
Falamos com uns jardineiros da câmara de Cascais. "São acácias-de-espinhas e acácias-mimosas". Dando-nos tempo para admirá-las ao sol, a quem roubam a cor, continuou: "as pessoas dizem que são bonitas mas são plantas invasoras..." E só depois dá a estocada final: "nós estamos aqui a exterminá-las".
O excelente site invasoras.pt dá conta dos males destas plantas - matam muitas plantas e impedem outras de nascer - e divulga maneiras de controlá-las. Tem um mapa de mais de 4000 avistamentos.
Menciona que esteve ausente por causa de um ataque informático. Esperemos que a gracinha não se repita mas em dias como estes, varridos de verdes e amarelos, é impossível não agradecer as acácias e as azedas e todas as outras flores do mal que nos enchem os olhos.
Felizmente as coisas perigosas podem ser lindas, assim como as coisas saudáveis podem ser feias. Infelizmente o mundo padece de falta de coisas bonitas. As plantas são invasoras mas, durante o breve tempo em que estão em flor, a invasão é bem-vinda.
É bom que se controlem as plantas invasoras mas também sabe bem deslumbrarmo-nos com instâncias magníficas de descontrolo.