Cavaco aponta 2015 como ano de escolhas
Na tradicional cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo do corpo diplomático, o Presidente da República defendeu uma Europa mais orientada para crescimento.
"Este será para Portugal um ano de escolhas, um ano de esperança na consolidação da recuperação económica e, ainda, um ano de exigentes desafios. E o mesmo vale para a situação global", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na tradicional cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo do corpo diplomático, que decorreu em Queluz.
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"Este será para Portugal um ano de escolhas, um ano de esperança na consolidação da recuperação económica e, ainda, um ano de exigentes desafios. E o mesmo vale para a situação global", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na tradicional cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo do corpo diplomático, que decorreu em Queluz.
Sublinhando que este ano o mundo será confrontado com importantes opções a vários níveis, Cavaco Silva fez votos para que algumas dessas opções "se revelem evidentes aos olhos dos líderes políticos", nomeadamente a rejeição dos fundamentalismos e da sua cobertura a actos de terrorismo.
Na Europa, continuou, deve-se manter o empenho numa União Europeia "ambiciosa, mas também coesa e solidaria". "Seria essencial que os nossos esforços de reforma e consolidação orçamental fossem acompanhados por uma agenda europeia mais orientada para o crescimento e para o emprego. Que fossem proporcionadas às empresas portuguesa, principalmente às pequenas e médias, condições de financiamento comparareis às das suas congéneres europeias", defendeu.
Por outro lado, acrescentou, é crucial desenvolverem-se as infra-estruturas de interligação energética, quer de electricidade, quer de gás natural.
"Esta é uma questão de topo na agenda europeia", frisou, lembrando que o assunto ganhou relevância acrescida no quadro do debate relativo à diversificação das fontes de abastecimento numa Europa com uma forte dependência energética.
Na sua intervenção, o Presidente da República deixou ainda uma nota sobre os recentes ataques terroristas em Paris, considerando que permitiram lembrar que "o combate aos fanatismos bárbaros" diz respeito a todas as democracias e que "é urgente o aperfeiçoamento e o aprofundamento dos mecanismos europeus de coordenação na área da segurança.
"O povo francês, símbolo maior do valor da liberdade e que acolhe tantos milhares de cidadãos portugueses, conta com toda a nossa solidariedade", sustentou.
Cavaco Silva fez ainda um balanço de 2014, considerando que foi "um ano importante para Portugal", durante o qual o país recuperou a credibilidade e o acesso pleno aos mercados de financiamento, o que permite encarar 2015 com "confiança, mas ainda assim com prudência". Pois, "persistem desafios importantes por ultrapassar e a evolução da economia global está marcada por incertezas", disse.
"Se é justo salientar que estamos hoje perante alguns desenvolvimentos positivos na economia europeia, a verdade é que se esperaria uma retoma mais expressiva e, sobretudo, mais visível no dia-a-dia dos cidadãos", notou.
Falando perante representantes dos mais variados países, o Presidente da República lembrou ainda as deslocações ao estrangeiro que realizou ao longo de 2014, frisando que constatou que Portugal reúne condições de atractividade e competitividade em diferentes domínios, "despertando o interesse de importantes investidores estrangeiros", bem como comprovou "a apetência e a capacidade de internacionalização das empresas portuguesas".
Ao contrário do que é habitual, este ano o Núncio Apostólico não esteve presente na cerimónia, tendo o Presidente da República desejado logo no início da sua intervenção "rápidas melhoras".