Homem de 26 anos assassinado na prisão do Linhó

O crime terá sido cometido com uma arma branca.

Foto

O jovem foi atingido com vários golpes de um objecto contundente que desapareceu no meio da confusão.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O jovem foi atingido com vários golpes de um objecto contundente que desapareceu no meio da confusão.

Foram vários os envolvidos na rixa e a arma do crime – que poderá ser uma faca ou um objecto perfurante fabricado na prisão – não foi encontrada. A Polícia Judiciária (PJ) esteve à tarde no local a investigar o que aconteceu e a interrogar vários reclusos, disse ao PÚBLICO uma fonte oficial.

O presidente da Associação Sindical das Chefias do Corpo da Guarda Prisional, Mateus Dias, adiantou à Lusa que o recluso ainda foi transportado com vida pelos companheiros para os serviços clínicos da prisão, onde acabou por morrer.

Para Mateus Dias, o homicídio fica a dever-se à "ruptura dos serviços prisionais" e à "manifesta falta de guardas". O sindicalista disse ter "a certeza absoluta" de que não havia nenhum guarda a vigiar os pátios da prisão quando o crime foi cometido. "Hoje [ontem] só estavam 40 guardas escalados e isso é manifestamente pouco. Há zonas prisionais que todos os dias estão sem guardas. É lógico que os reclusos tomam conta destes espaços." O estabelecimento prisional do Linhó tem capacidade para 584 reclusos. De acordo com as estatísticas disponíveis no site da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, tinha 578 presos em 31 de Dezembro de 2013.  

O jovem que morreu tinha sido condenado a sete anos de prisão e estava detido desde 2011 por furto, roubo e posse de arma proibida, segundo a SIC Notícias, que adiantou que o suspeito da autoria do crime foi identificado e isolado.

Com um historial de vários abandonos familiares e referenciado desde cedo por comissões de protecção de crianças e jovens, o recluso assassinado envolveu-se na rixa por razões não esclarecidas, acrescentou outra fonte oficial. A  procuradora do Ministério Público de Cascais esteve no estabelecimento prisional para tomar conta da ocorrência. O corpo da vítima foi transferido para o Instituto de Medicina Legal para ser autopsiado.