Misericórdia de Paris juntou três toneladas de alimentos para ajudar portugueses

A maior parte dos pedidos de ajuda é feita por emigrantes portugueses acabados de chegar a França.

Foto
Há muitos emigrantes que “precisam de ajuda mas não se mostram” Foto: Enric Vives-Rubio

“Penso que vai ultrapassar o que tivemos no ano passado”, disse à Lusa Abílio Lopes, vice-provedor da Misericórdia de Paris. Lopes disse que os que recorrem à instituição são tanto residentes de longa data a quem “a sorte não sorriu”, como “pessoas que acabam de chegar a França”. “Neste últimos três anos, tem havido um aumento de pedidos de ajuda. A maior parte são portugueses que acabaram de chegar”, acrescentou.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Penso que vai ultrapassar o que tivemos no ano passado”, disse à Lusa Abílio Lopes, vice-provedor da Misericórdia de Paris. Lopes disse que os que recorrem à instituição são tanto residentes de longa data a quem “a sorte não sorriu”, como “pessoas que acabam de chegar a França”. “Neste últimos três anos, tem havido um aumento de pedidos de ajuda. A maior parte são portugueses que acabaram de chegar”, acrescentou.

A mesma constatação é feita por José Afonso, presidente da Associação Franco-Portuguesa de Puteaux, nos arredores de Paris, onde foram armazenados os bens alimentares reunidos por mais de uma dezena de associações portuguesas. “Encontramos muita gente que vem à procura de trabalho e alojamento. Não conseguimos ajudá-los a todos. Por isso, não podíamos deixar de colaborar com a Santa Casa, que é o último refúgio que os portugueses têm agora aqui em França”, declarou José Afonso.

A Associação Franco-Portuguesa de Puteaux tem acompanhado a chegada de uma nova vaga de emigrantes, havendo muitos que “precisam de ajuda mas não se mostram”, acrescentou Afonso. O problema é a “pobreza envergonhada”, continuou Abílio Lopes, explicando que “o português prefere viver no seu cantinho sem dar a conhecer as suas dificuldades do que se mostrar e dizer que precisa de ajuda”.

França continua a ser um destino privilegiado para a emigração portuguesa, alimentada pelos relatos de casos de sucesso e por algum exibicionismo na hora de regressar a Portugal de férias. Por isso, o outro vice-provedor da Santa Casa, José Barros, alerta os portugueses que estejam a pensar emigrar: “As dificuldades aqui são também muito grandes para encontrar trabalho, para encontrar casa. Se vierem sem um endereço de um familiar ou amigo que os possa acolher, pelo menos nos primeiros tempos, é um risco sair de uma situação de dificuldade para outra que vão encontrar também”.