A vida é bela

2. Feitas as confissões dominicais, não podemos deixar de conceder algum espaço à entrevista que o actual responsável (?) do Governo pela área do desporto concedeu a este jornal. Com o necessário sorriso da fotografia – soft skills - , tal membro do Governo veio informar-nos que a vida – embora não parecendo – é bela.

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2. Feitas as confissões dominicais, não podemos deixar de conceder algum espaço à entrevista que o actual responsável (?) do Governo pela área do desporto concedeu a este jornal. Com o necessário sorriso da fotografia – soft skills - , tal membro do Governo veio informar-nos que a vida – embora não parecendo – é bela.

O nosso futebol é uma das sete maravilhas nacionais, os clubes até vão adequar os seus orçamentos à realidade, o Jamor é um espectáculo, os Centros de Alto Rendimento vieram mal do anterior Governo mas nós fazemos e iremos fazer ainda mais maravilhas e não deixaremos herança igual, o Open de ténis está (quase, quase, quase…) garantido por mais três anos, e mais, e muito mais.

3. Quando a entrevista acaba por situar-se em contornos legais a vida, embora permanecendo bela, é descrita com evidentes dificuldades e ignorância.

O que se compreende. A lei, as suas exigências não são, neste infeliz país, para levar a sério. Não passam – e por vezes nem esse patamar alcança – de um mero conselho.

A pergunta: Em Outubro terminou o prazo dado às federações desportivas para adaptarem os seus estatutos ao novo regime jurídico. Quantas já o fizeram?

A resposta: Ainda não sei e estou à espera dos dados do IPDJ, que é quem faz esse controlo. Neste momento, as federações estão a fazer assembleias gerais para apresentarem ao IPDJ os projectos desportivos para serem financiados em 2015 e esse filtro será feito. Se não tiverem os estatutos adequados, não vão ter financiamento.

4. A nossa tradução da resposta oferecida em grego: “Em primeiro lugar, não é algo que me preocupe. Essa coisa da lei é para meninos. De todo o modo, embora um número significativo delas não tenha cumprido o prazo legal imperativo, tal não tem significado para nós. Depois – e isso, em bom rigor, não é comigo, mas com o IPDJ (não me arranjem, pois, temas conflituosos) -, vamos ver se cumprem a lei. Depois, ainda, vamos dar um outro prazo para que rectifiquem os estatutos. Finalmente, não há crise nenhuma e a legalidade será cumprida e ponto final parágrafo”. josemeirim@gmail.com