Mota-Engil África diz adeus a Londres e vai cotar em Amesterdão

Processo de admissão das acções na bolsa holandesa deve arrancar no próximo dia 24.

Foto
Depois de várias aquisições, Mota-Engil está a reequacionar as áreas de aposta. Dário Cruz

Em comunicado divulgado esta sexta-feira ao mercado, o grupo de construção e serviços veio confirmar o que já era assumido no mercado relativamente à suspensão da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) e ao avanço do pedido de admissão das acções que resultaram da cisão da Mota-Engil África, o que tinha que acontecer até ao final do corrente ano, sob pena de todo o processo já realizado voltar à estaca zero.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Em comunicado divulgado esta sexta-feira ao mercado, o grupo de construção e serviços veio confirmar o que já era assumido no mercado relativamente à suspensão da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) e ao avanço do pedido de admissão das acções que resultaram da cisão da Mota-Engil África, o que tinha que acontecer até ao final do corrente ano, sob pena de todo o processo já realizado voltar à estaca zero.

Apesar do fraco sucesso que as empresas portuguesas têm tido na admissão de títulos noutras bolsas estrangeiras, a Mota-Engil África vai ficar cotada na bolsa holandesa, país onde a nova empresa tem a sua sede. A admissão à cotação deverá acontecer, segundo a informação envida à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a partir do próximo dia 24 de Novembro.

A primeira tentativa de cotar a empresa que agrupa os negócios em África na bolsa de Londres aconteceu em Julho, e o processo foi suspenso na sequência de condições de mercado adversas, geradas em boa parte pela derrocada do Grupo Espírito Santo.

Desde então, a empresa terá tentado relançar a operação, mas sem sucesso. O triangulo - empresa com sede na Holanda, com negócios em África, e cotada em Londres (em libras) ­-, a par de condições de mercado desfavoráveis, não foi bem recebido no mercado. A opção pela bolsa de Amesterdão permite a cotação das acções em euros.

O avanço da operação fica a aguardar a aprovação do prospecto, pelo regulador holandês, o Stichting Autoriteit Financiële Markten (AFM). O documento será publicamente divulgado e ficará disponível para consulta em www.africa.motaengil.

Como se trata de um adiamento do IPO, “não serão emitidas novas acções da Mota-Engil Africa nem haverá lugar a qualquer oferta pública particular de acções anterior ou simultânea à admissão, sem prejuízo do pagamento do dividendo em espécie" nos termos entretento descritos.

Como aprovado em assembleia geral da Mota-Engil SGPS, a 27 de Dezembro de 2013, os accionistas da Mota-Engil vão receber de forma gratuita 20 milhões de acções representativas de 20% do capital social da Mota-Engil Africa. É esta percentagem que vai ficar cotada em bolsa.

A Mota-Engil África responde por 49% do volume de negócios do grupo e é um dos mercados que tem registado maiores crescimentos.

Cotadas na bolsa de Lisboa, as acções da Mota-Engil estiveram esta sexta-feira em forte queda, encerrando a desvalorizar 3,35%, para 3,80 euros.