Gosta de pedalar? Este ano, Ovar é o concelho mais amigo das bicicletas

Prémio Nacional da Mobilidade em Bicicleta está nas mãos do concelho que tem uma ecopista entre o mar e a floresta e 130 veículos gratuitos à disposição, distribuídos por 12 pontos do território.

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A rede de ciclovias do concelho foi lançada pelo anterior executivo socialista, que o actual presidente da Câmara de Ovar, do PSD, elogia Adriano Miranda

Basta uma voltinha pelo território para perceber que as pistas traçadas para os veículos de duas rodas, sem grandes inclinações, não têm descanso sobretudo ao fim-de-semana. Há dias em que há mais trânsito nas ciclovias do que no alcatrão reservado aos automóveis. Em 2014, Ovar é o concelho ideal para quem gosta de pedalar.

Para Rui Teixeira Pinto, um utilizador habitual de ciclovias, o prémio é merecido. A bicicleta deste director financeiro de uma empresa, praticante de BTT e membro dos escuteiros de Cortegaça, conhece bem as ciclovias de Ovar. Às terças, quintas e sábados anda acompanhado pelos amigos do BTT, nos restantes dias circula sozinho. “Temos cada vez mais pessoas a procurar o concelho precisamente pelas ciclovias. Foi feito um trabalho muito grande para potenciar a utilização das bicicletas”, refere. Um trabalho que o inspirou para o projecto que candidatou ao orçamento participativo. Rui sugeriu a criação de um centro de BTT. A ideia foi bem recebida, mas a sugestão não foi a mais votada pelos ovarenses. “Era uma forma de dar continuidade a todo este trabalho que tem sido feito”.

Artur Costa também é frequentador assíduo das ciclovias de Ovar que, avisa, “não são apenas utilizadas por ciclistas, mas também por muitos atletas”. A sua bicicleta entra em acção praticamente todos os dias. O prémio é bem-vindo. “É merecido e ficamos satisfeitos com tudo o que é bom para o concelho. Estas ciclovias trazem para cá muita gente de fora do concelho”. Raul Nora, que gosta de pedalar, concorda. “As ciclovias têm boas condições e são uma mais-valia para esta zona, para esta região”. Utiliza-as regularmente, praticamente todos os dias, e sente-se mais seguro nessas pistas do que no meio das estradas. O prémio tem um sabor especial. “É bom ouvir dizer que a nossa cidade ganhou um prémio por este tipo de características”.

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Basta uma voltinha pelo território para perceber que as pistas traçadas para os veículos de duas rodas, sem grandes inclinações, não têm descanso sobretudo ao fim-de-semana. Há dias em que há mais trânsito nas ciclovias do que no alcatrão reservado aos automóveis. Em 2014, Ovar é o concelho ideal para quem gosta de pedalar.

Para Rui Teixeira Pinto, um utilizador habitual de ciclovias, o prémio é merecido. A bicicleta deste director financeiro de uma empresa, praticante de BTT e membro dos escuteiros de Cortegaça, conhece bem as ciclovias de Ovar. Às terças, quintas e sábados anda acompanhado pelos amigos do BTT, nos restantes dias circula sozinho. “Temos cada vez mais pessoas a procurar o concelho precisamente pelas ciclovias. Foi feito um trabalho muito grande para potenciar a utilização das bicicletas”, refere. Um trabalho que o inspirou para o projecto que candidatou ao orçamento participativo. Rui sugeriu a criação de um centro de BTT. A ideia foi bem recebida, mas a sugestão não foi a mais votada pelos ovarenses. “Era uma forma de dar continuidade a todo este trabalho que tem sido feito”.

Artur Costa também é frequentador assíduo das ciclovias de Ovar que, avisa, “não são apenas utilizadas por ciclistas, mas também por muitos atletas”. A sua bicicleta entra em acção praticamente todos os dias. O prémio é bem-vindo. “É merecido e ficamos satisfeitos com tudo o que é bom para o concelho. Estas ciclovias trazem para cá muita gente de fora do concelho”. Raul Nora, que gosta de pedalar, concorda. “As ciclovias têm boas condições e são uma mais-valia para esta zona, para esta região”. Utiliza-as regularmente, praticamente todos os dias, e sente-se mais seguro nessas pistas do que no meio das estradas. O prémio tem um sabor especial. “É bom ouvir dizer que a nossa cidade ganhou um prémio por este tipo de características”.

Um estímulo
Salvador Malheiro, presidente da Câmara de Ovar, considera que o prémio é merecido e um factor de motivação. “É um estímulo para, no futuro, tornarmos mais densa a rede de ciclovias”, refere. Há projectos definidos e Ovar, estando numa zona de fronteira, terá nas mãos a responsabilidade de ligar o Norte e o Centro através de ciclovias. A ligação à Murtosa avançará a médio prazo e a ligação a Espinho surge no projecto de requalificação da barrinha de Esmoriz, que terá de estar concluído até final de 2015, de forma a aproveitar fundos comunitários.

A conclusão da Ecopista do Atlântico, que liga Esmoriz e Furadouro ao longo de cerca de 12 quilómetros da estrada da mata, por entre a floresta e bem junto ao mar, foi, na opinião do autarca, um ingrediente importante para a conquista do prémio. Houve cuidados nesta obra, no tipo de materiais usados nessa ecopista cujo enquadramento no cenário natural recorreu ao betão e à madeira. “É um trilho, pela natureza, de uma beleza ímpar, que tem tido um sucesso impressionante. A afluência dos ciclistas é enorme”, refere.

O presidente da Câmara de Ovar, eleito pelo PSD nas últimas autárquicas, não esquece o trabalho feito pelos executivos anteriores, liderados pelo PS, na construção de ciclovias. “Um trabalho meritório, de se lhe tirar o chapéu”. “Estamos a dar continuidade a essa dinâmica”, acrescenta.

O trabalho começou em 2002. José Américo, na altura vereador e agora professor primário, viu que nos passeios do concelho, sem grandes declives, havia espaço que merecia ser aproveitado. O Plano Director Municipal (PDM) estava em revisão, havia assim uma oportunidade técnica, e a ideia das ciclovias acabaria por surgir. Era necessário conhecer bem o terreno que foi palmilhado a pé vezes sem conta pelo então vereador e pelos técnicos da autarquia. Do papel o projecto passou para o terreno e, quanto mais espaço se arranjava para as bicicletas, mais vontade havia de aumentar esses circuitos. “Os primeiros desenhos surgiram na zona da escola primária de Oliveirinha”, recorda.

O facto de ter vários pelouros sob a sua alçada - planeamento, ambiente, trânsito, obras municipais e particulares – também ajudou a concretizar a ideia, que se alicerçou num trabalho de equipa. “Criámos uma verdadeira rede”. E hoje, 12 anos depois, não fica indiferente ao que vê. “Dá-me um prazer enorme ver tanta gente a circular”. O prémio também lhe sabe bem e faz-lhe lembrar várias pessoas, sobretudo técnicos e funcionários da autarquia, que acreditaram que era possível criar uma rede para quem gosta de pedalar. “Pessoas que estiveram na luta com ideias”, diz. Como vereador acompanhou de perto a génese das ligações que ainda estão por fazer, a Murtosa e a Espinho, que, em seu entender, serão a “cereja em cima do bolo” deste projecto que tem mais quilómetros pela frente.