Mercedes, a equipa que soube erguer-se a partir dos alicerces de Brawn

O patrão da nova campeã mundial de construtores enaltece o trabalho de bastidores de um engenheiro em particular.

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Maxim Shemetov/Reuters

Como em qualquer escuderia de sucesso na Fórmula 1, o êxito começou a ser desenhado muito antes dos bons indicadores da pré-época. No caso da Mercedes, porém, esse trabalho de investigação tem raízes mais profundas. “Os passos que foram dados em 2012, as pessoas que se juntaram a nós em 2012... Fomos constantemente subindo de nível, tomando as decisões acertadas, compreendendo o que precisávamos e o título de hoje [anteontem] é o resultado desse crescimento”, prosseguiu.

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Como em qualquer escuderia de sucesso na Fórmula 1, o êxito começou a ser desenhado muito antes dos bons indicadores da pré-época. No caso da Mercedes, porém, esse trabalho de investigação tem raízes mais profundas. “Os passos que foram dados em 2012, as pessoas que se juntaram a nós em 2012... Fomos constantemente subindo de nível, tomando as decisões acertadas, compreendendo o que precisávamos e o título de hoje [anteontem] é o resultado desse crescimento”, prosseguiu.

Na verdade, a equipa alemã agarrou o desafio da mudança de regulamentos com mais força do que a concorrência, produzindo um carro que vai ficar na história da Fórmula 1. Foi ainda sob a liderança técnica de Ross Brawn que a Mercedes percebeu que os novos motores turbo híbridos e a fórmula de gestão de combustível obrigavam a uma nova abordagem. Já não se tratava apenas de aerodinâmica. O motor teria de ser diferenciador e o monolugar concebido de uma forma mais integrada que nunca.

Foi com esta concepção em mente que a escuderia deu um passo à frente, avançando para uma unidade de potência que garantia melhor performance e melhores consumos do que os rivais. E, ao mesmo tempo, ganhando terreno na distribuição do peso — e, com isso, tornando o carro ainda mais veloz.

“Conseguimos vantagem não apenas na componente do motor, mas acredito que também no chassis”, resumiu Toto Wolff. Para esta solução também contribuiu Paddy Lowe, o antigo director técnico da McLaren que o patrão da Mercedes contratou em 2013, quando entrou em cena. Conscientes do que queriam, Wolff e Paddy aproveitaram as bases lançadas por Brawn para subir de nível.

“É incrível. Às vezes temos de nos beliscar. Já somos parte da história da Mercedes. Ganhámos o primeiro Mundial de construtores para a Mercedes e é um sentimento estranho”, desabafou o líder da equipa, que se mostrou cauteloso quanto ao futuro. Um carro tão dominador (13 vitórias na presente temporada e nove dobradinhas) parte em vantagem para atacar as épocas que se seguem? “Não podemos confiar na história e confiar em tendências. Temos de ser realistas sobre o que podemos esperar nos próximos anos, mas é claro que queremos continuar assim”.

Para já, porém (e ainda há três corridas por disputar até fechar o calendário deste Mundial), reina a Mercedes. Incondicionalmente. De tal forma que já tem feito mossa na gestão da concorrência directa: o fim do reinado da Red Bull já teve como consequência a anunciada saída de Sebastian Vettel, enquanto na Ferrari o abandono de Fernando Alonso é também um dado adquirido.