Cavaco Silva defende "diálogo equitativo" entre produtores e grandes distribuidores

Chefe de Estado visitou a cooperativa leiteira Proleite, sector que disse ter um "lugar central na economia".

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Críticas de Cavaco a Sócrates mal acolhidas por Marcelo Foto: Adriano Miranda

"Não queremos que o poder excessivo de alguns acabe por trazer prejuízos injustos a outros", afirmou Cavaco Silva, durante a cerimónia comemorativa dos 50 anos da Proleite - Cooperativa de Produtores de Leite, em Oliveira de Azeméis. Segundo o Chefe de Estado, o que se pretende é "um diálogo equitativo entre produtores e grandes superfícies distribuidoras".

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"Não queremos que o poder excessivo de alguns acabe por trazer prejuízos injustos a outros", afirmou Cavaco Silva, durante a cerimónia comemorativa dos 50 anos da Proleite - Cooperativa de Produtores de Leite, em Oliveira de Azeméis. Segundo o Chefe de Estado, o que se pretende é "um diálogo equitativo entre produtores e grandes superfícies distribuidoras".

Cavaco Silva destacou a importância da campanha em defesa dos produtos agrícolas nacionais, "cuja qualidade é geralmente superior à qualidade dos produtos agrícolas importados".

"É uma matéria para a qual se pede o apoio de todos, começando do mais alto nível até ao mais simples consumidor. O futuro do sector, que nós queremos que continue sólido, exige o fortalecimento das organizações de produtores", disse o chefe de Estado, acrescentando ser necessário que "aumente a sua capacidade de dialogar com outros sectores económicos da nossa sociedade".

O Presidente da República sublinhou a importância do sector leiteiro no país, considerando que "ocupa um lugar central na economia" portuguesa, "assegurando praticamente o auto-abastecimento de produtos lácteos" e "promovendo a exportação de produtos de valor acrescentado". Cavaco referiu que o sector enfrenta outros desafios, como a conquista de novos mercados externos e o fim das quotas leiteiras.

Em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, afirmou que "tem havido diálogo" entre todos, mas que é preciso continuar a trabalhar, designadamente para se haja "um código de boas práticas ente a produção e a distribuição".

Quanto à promoção dos produtos nacionais, o governante alertou que não se pode de repente, quando Portugal começa a recuperar economicamente, abandonar a produção nacional. A produção nacional "tem qualidade, é saudável e ajuda a nossa economia", vincou.

Quanto ao fim das quotas leiteiras, José Diogo Albuquerque afirmou que "Portugal tem verdadeiramente que perceber em termos de competitividade que passo tem para dar, porque sem quota leiteira tem que ser competitivo". "Esse é um trabalho que tem que ser feito com o sector", sublinhou.

No seu discurso, o Presidente da República considerou ainda que "a Proleite, tal como a Lactogal, têm dado o seu contributo para que este seja, no futuro, um sector sustentável e rentável para aqueles que apostam na produção".

A Proleite conta com cerca de 350 produtores associados, que produzem cerca de 200 milhões de litros de leite por ano, um número que Cavaco Silva classificou como sendo "impressionante". Esta cerimónia comemorativa dos 50 anos da cooperativa marcou também a inauguração das novas instalações, que representam um investimento de 22 milhões de euros, suportados com capitais próprios.